sexta-feira, 29 de junho de 2007

Jogar pela integração e inclusão

Decorreram no Estádio 1º de Maio os II Jogos de Integração e Inclusão da Cidade de Lisboa, numa organização da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e Santarém, do IPUEL, FPDD (Federação Portuguesa do Desporto para os Deficientes), ANDDEM (Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Mental), ACCL (Associação das Colectividades de Lisboa) e Associações de Integração de Imigrantes de Países fora da Comunidade Europeia.

Esta segunda edição reuniu cerca de 1000 atletas representantes de várias associações ligadas à deficiência que actuaram em ambiente de grande festa garantido por grupos de dança, música e por uma entusiasmada audiência de centenas de pessoas.

No pavilhão do Estádio 1º de Maio, três modalidades dividiram o campo em três partes: praticou-se Ténis de Mesa, Boccia, Basquete, e no intervalo destas actividades simultâneas, a Escola de Reabilitação do Alcoitão, presenteou os espectadores com uma inspiradora sessão de Terapia pela Dança para deficientes motores. No exterior do pavilhão, a pintura também esteve presente, levada a cabo pela Obra Social do Pousal. Futebol 5 para crianças teve lugar no relvado principal.


O post foi retirado daqui, onde também picámos o vídeo que captou impressões imediatas.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Manifesto 2007 - IGUALDADE DE DIREITOS AQUI E AGORA

2007 é o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Tod@s (AEIOT) que pretende a luta transversal contra as várias discriminações, marcando as especificidades de cada uma.E vale a pena marcá-las: a orientação sexual é a única das categorias enquadradas no Ano Europeu que em Portugal ainda gera discriminação na própria lei.

Manifesto a ler na íntegra aqui.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Medir a acessibilidade na web

Terminado o prazo da experiência de aqui falámos, já possível conhecer as conclusões - os sites analisados parecem ter passado o exame.

Relatório Vector21 sobre Acessibilidade Web em Portugal

Já é possível efectuar o download gratuito do
Relatório Vector21 sobre Acessibilidade Web em Portugal.

Tendo por base a iniciativa Integra21 - As Acessibilidades Web em Portugal Vistas pelas Mãos de um Cego - que decorreu entre 5 e 15 de Junho, foi aplicada a metodologia Índice Potencial Digital Vector21®, tendo sido criado um novo índice, o Índice Vector21 de Acessibilidade®.

Através desta metodologia, que utiliza uma escala de 1 a 7, pretendeu-se medir o nível de acessibilidade dos sítios portugueses, tendo como indicadores de análise os seguintes items: Sites com links, Sites sem excesso de informação, Sites com boa legendagem, Sites com frames que não causam nenhuma perturbação na navegação, Sites com Flash que não causam nenhuma perturbação na navegação, Sites com pop-ups que não causam nenhuma perturbação na navegação, Sites com Conteudos alternativos ao Javascript, Sites com DHTML e Sites com CSS.

Os duzentos sites analisados durante o Integra21, foram segmentados em 4 grandes áreas, Geral, e-Gov, e-Com e Empresas de modo a perceber as diferenças de Acessibilidade destes tipos de sites.

A análise realizada concluiu que estes quatro segmentos obtiveram um nível médio de acessibilidade de 5 na escala do Índice Vector21 de Acessibilidade, que corresponde a um valor ALTO.

Os dados detalhados poderão ser consultados no relatório que se encontra disponível no site Vector21.com.


Notícias daqui.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Colóquio Igualdade de Oportunidades nas Forças Armadas

Acontece amanhã, 27 de Junho, com início às 9h30, no Auditório do Instituto de Defesa Nacional, Calçada das Necessidades, nº 5, Lisboa. A cerimónia de abertura conta com a presença do Ministro da Defesa Nacional, o Secretário de Estado da Presidência de Conselho de Ministros e o Secretário de Estado da Defesa Nacional e Assuntos do Mar.

PROGRAMA

Painel 1 : Igualdade de Oportunidades nas Forças Armadas
Moderado por Anabela Rodrigues, Directora do Centro de Estudos Judiciários.
Igualdade de Oportunidades nas Forças Armadas Portuguesa - Helena Carreiras, ISCTE. Igualdade de Oportunidades nas Forças Armadas num Contexto Europeu - Marina Nuciari, Universidade de Turim.

Painel 2. Testemunho de Mulheres Militares.
Moderado por Luísa Meireles, Jornal Expresso.
1º Tenente Mónica Pereira Martins, Marinha;
1º Sargento Ana Cristina Pombeiro de Jesus, Exército;
Major Maria João Oliveira, Força Aérea;
Tenente-Coronel Anabela Varela, Deputy Chair no Comité de Mulheres da NATO.

Painel 3. Boas Práticas, Exemplos e Constrangimentos
Moderado por Manuela Sarmento, Academia Militar.
Alberto Coelho, Director Geral de Pessoal e Recrutamento Militar;
Capitão de Fragata Pedro Rodela Ribeiro, Marinha;
Major Maio Rui Pinto da Silva, Exército;
Tenente-Coronel Fernando Pereira de Sousa, Força Aérea.

Painel 4. Multiculturalidade e Multireligiosidade
Moderado por Nelson Lourenço, Reitor da Universidade Atlântica
D. Januário Torgal Ferrreira, Bispo das Forças Armadas e Segurança.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

O carteiro...

... entrega neste blogue todas as cartas escritas e remetidas para igualdades2007@gmail.com. Textos, fotografias, vídeos - esperamos contributos de TODOS.

Mães desdobram-se um pouco mais em Portugal

Mulheres trabalham mais após terem filhos

(...) As empresas portuguesas estão ainda longe das orientações da UE, no sentido de flexibilizar a organização do trabalho, de modo a facilitar a conciliação com a maternidade, subestimando as alternativas do teletrabalho, do part-time, ou da semana de quatro dias, com ajustes horários. (...)

Ler notícia na íntegra, na edição de hoje do Diário de Notícias.

Sinopse da 80ª edicação do Vidas Alternativas

A Drª Maria Helena Corrêa, uma republicana de gema, militante desde sempre do feminismo socialista é a nossa vedeta. Como falamos de mulheres e dos seus direitos, passamos para a Liliana e a Vera,ambas da AMCV que falam da conciliação das vidas profissionais e conjugais das mulheres, com as vidas dos homens.

Luís Mateus da República e Laicidade salta para Paris, e leva-nos a Notre Dame para protestar contra uma missa que o Estado Republicano e Laico mandou celebrar com alguma pompa e circunstância mas pouca assistência,em nome do 10 de Junho naquela catedral.

A Turquia e os medos que levanta à Europa seguem em análise, a sua segunda, pelo Miguel Duarte, Presidente do Movimento Liberal Social.

Margarida Ferra é a responsável por um novo blogue:um blogue sobre a Igualdade que cresce à sombra da estrutura do Ano Europeu pela Igualdade de Oportunidades e brilha pela sua abertura e indepêndencia.

Terminamos com algo que faz lembrar Guantanamo ,mas é em Portugal.Infelizmente neste caso é em Monsanto,e é uma nova cadeia ,onde parece que os direitos humanos dos presos não são coisa para se respeitar.Quem no lo diz é António Dores da ACED.

domingo, 24 de junho de 2007

Este blogue tem voz

Na próxima emissão do Vidas Alternativas, de António Serzedelo, mais logo, pelas 20h00, na Rádio Zero, uma conversa de dez minutos sobre o blogue do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos.

A Marcha do Orgulho LGBT foi ontem


Foto: João Pereira

Houve notícias no DN, no Público, no Sol online, no Correio da Manhã, no Diário Digital, no Portugal Diário. Há uma reportagem para ver no Youtube.



Foto: João Pereira

Querem destruir a família

Uma semana depois da publicação em papel, aqui fica o linque para a crónica de estreia da Fernanda Câncio na Notícias Magazine (que se reclama ser a mais lida de Portugal naquele segmento, sem edição online). Fala sobre família e termina assim: "Aberração é haver quem ache que precisa, para ser feliz, de fazer outros sofrer assim".

Conheçamo-nos então...

Na Revista Crítica de Ciências Sociais, António Fernando Cascais explicita em “Diferentes como nós” os vários momentos históricos por que passou o movimento LGBT português. Começa por esclarecer que não existe movimento antes do 25 de Abril, mas que o 25 de Abril por si só não é o suficiente para o seu nascimento. As oposições à ditadura não tiveram agenda (homo)sexual, apenas a “questão da mulher” (numa perspectiva laboral) e a “questão da juventude”. Nesse artigo é identificada a principal ambiguidade desse movimento nascente, a saber, o facto de ter como referencial cultural e político um sector que frequentemente o enjeitou, nomeadamente o sector da esquerda. Por ser uma esquerda que nos anos 60 e 70 passou ao lado das transformações culturais que então ocorriam; ainda por ser uma esquerda que, pós-25 de Abril, se depara com um país de tal forma atrasado que cai na tentação de afunilar o questionamento e a acção política; e por ser uma esquerda que nunca soube integrar, de forma visível e descomplexada, os homossexuais assumidos e/ou as suas associações no seu seio (ao contrário de Espanha onde na oposição anti-franquista existiam já embriões de associativismo gay e onde o movimento homossexual surge associado às movimentações políticas autonómicas da Catalunha, afirma Cascais). No pós-25 de Abril, Cascais divide historicamente a evolução do movimento da seguinte maneira:

“1974-1990 – primeiro período (com um eixo em meados da década de 80)
1990-1991 – período de transição, com características mistas
1991-1994 – segundo período
1995-1997 – período de transição, com características mistas
1997 ao presente – terceiro período”

No primeiro período “A esquerda partidária e sindical, sobretudo comunista, (…) define-se em função do ruralismo tradicional e do industrialismo do séc. XIX e é herdeira directa da cultura neo-realista que, como notou Eduardo Lourenço (1978), veicula uma imagem populista idealizante do povo português que prolonga e chega a reforçar, mas não subverte, o nacionalismo do Estado Novo”. É assim que a “questão homosexual”, como bem refere, é adiada para um futuro sem classes e considerada uma questão divisionista pequeno-burguesa.Mas o que se mantém fundamentalmente, enuncia Cascais, é a suspeita face a uma [qualquer] revindicação identitária no quadro fundacional duma esquerda de matriz iluminista [e que nunca, e ainda não, criticou o seu falso universalismo; exemplo gritante disso é o facto de não termos ainda sequer políticos feministas]. Daí que a resolução da “questão homossexual” fosse vista como uma resolução meramente legal, um caso de reconhecimento de direitos sem qualquer especificidade, enquadrada em secções como a “libertação do quotidiano” e a “transformação da vida”. De notar que é neste âmbito que a medicalização da homossexualidade começa também a ser tratada, no âmbito mais vasto da medicalização do desvio e da anti-psiquiatria, o que constitui o primeiro avanço da cultura científica de esquerda [não resisto aqui a agradecer a uma tal Teresa, minha prof. de Psicologia que, em 1982, no meu 10º ano, me deu a ler a bíblia da anti-psiquiatria, Cooper]. Neste período os homossexuais não têm literalmente voz, são objectos do discurso dos outros, à excepção de Guilherme de Melo, o primeiro a falar em nome dos “homossexuais”. Aponta ainda a breve existência do MHAR (Movimento Homossexual de Acção Revolucionária), em Maio de 1974 [a que pertenceu António Serzedelo], que não sobrevive à resposta pública de Galvão de Melo, logo após. A dificuldade em penetrar na esquerda leva alguns a formar, em 1980, o CHOR (Colectivo de Homossexuais Revolucionários), apoiado na organização cultural Culturona, em cuja sede junta centenas de pessoas no seu lançamento. Não sobrevive à dita mas realiza ainda os Encontros “Ser(homo)sexual”, pelo CNC, em 1982, onde o próprio Cascais apresenta o primeiro texto de reflexão teórica sobre o movimento. A reformulação da esquerda de molde a poder reconhecer a agenda emancipatória homossexual só se inicia com o cruzamento de três factores: a adesão à Comunidade Europeia, o cavaquismo e a epidemia da sida. É no quadro desta esquerda arcaica e presa no séc. XIX que, afirma ainda Cascais, a emancipação homossexual é frequentemente empurrada para uma esquerda revolucionária, uma esquerda de recusa outsider do sistema [de que é ainda sintoma o discurso das ditas “questões fracturantes”]. Disso é sinal o nascimento do GTH (Grupo de Trabalho Homossexual) do PSR (Partido Socialista Revolucionário). Este primeiro período é dividido em dois, em 1982, quando a crise económica e social leva à crise da participação política e associativa e ao fechamento da maior parte dos espaços gay de Lisboa. Já em 1986, com a adesão, surge a expectativa de acesso ao adquirido europeu, nomeadamente cultural e jurídico, que não mais deixará de influenciar a abertura da esquerda à agenda homossexual. A partir de 1987 o cavaquismo força a esquerda a repensar-se.Em 1986 a morte de António Variações é sentida como tragédia colectiva sobre a comunidade gay. É na história da relação do movimento homossexual com o combate à sida que Cascais vem a assumir aspectos que António Serzedelo reclama há muito e que sempre foram escamoteados (escamoteamento esse que continuou a gerar desconfianças inter-associativas durante muitos anos...).

Reconhece Cascais que o movimento associativo homossexual nasce no movimento de luta contra a sida, ganha visibilidade e respeitabilidade pública nele (uma vez que não era forte anteriormente não sofre o backlash que sofeu o movimento americano e beneficia do politicamente correcto tratamento de um qualquer outro paciente de sida, na base, indiferenciada diga-se, dos direitos humanos e da cidadania; para isto contribuiu também o atraso da comunicação social em tratar o tema, o que evitou a fase perigosa dos “grupos de risco”) e, isto é que nunca tinha sido assumido antes, sofre os custos de um certo paternalismo desse movimento contra a sida [e aqui não é esmiuçado um dado importante: como surge esse paternalismo. A Abraço, que se via a si própria como elite médica esclarecida, em reunião com as associações LGBT, pretendia ser ela a liderar a comunidade...]. Aqui, e uma vez que se trata de pensar a influência do movimento de luta contra a sida na formação do movimento LGBT, penso também que seria intelectualmente honesto referir a forma como o apoio económico da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida possibilitou em grande medida, e possibilita ainda, a sobrevivência financeira da associação homossexual mais institucional, a Ilga Portugal. Ao invisibilizar este aspecto Cascais pode deixar de mencionar que é esta ocultação que permite que o discurso emancipatório gay surja desvinculado do discurso de luta contra a sida, mesmo quando as cinco Marchas anuais (ainda em 1997-2002! – veja-se como estava esta comunhão enraízada) em Memória e Solidariedade com as Pessoas Infectadas com o VIH/SIDA são organizadas pela Ilga Portugal (aspecto simbólico fundamental que não refere), quando isso era, à época, um aspecto bem mais problemático dentro do movimento (para aqueles, como a Opus Gay, que defendiam o afastamento do movimento da organização – que não da participação – nestes eventos, e o afastamento da dependência financeira da CNLCS, assim como da CML…).

Cascais acaba até por dizer que a associação com a luta contra a sida traz visibilidade respeitável à comunidade homossexual, quando o que se passou, no meu entender, foi que foi feita uma grande luta em todos esses anos, nomeadamente pela Opus Gay, para que outras agendas homossexuais surgissem mediaticamente e desvinculassem efectivamente o movimento da vaga persecutória ligada à sida que poderia ter sofrido… Cascais prossegue enunciando uma modificação estratégica na agenda gay por efeito da epidemia: da luta pela cidadania sexual centrada na reivindicação de direitos respeitantes à conduta prática e à identidade, para uma centrada nos direitos na relação [também aqui me parece que esta foi uma modificação dominante mas não foi a única; há quem tenha persistido na primeira linha, e ainda hoje privilegie outras lutas que não o casamento…]. Esta estratégia possibilita um discurso de integração, igualdade e indiferença. É por estes caminhos que começa a ouvir-se o construcionismo queer e a afirmação do lgbt para além do gay. Com a terceira fase do movimento, a partir de 95-97, a comunidade torna-se um sujeito histórico dotado de voz própria: o Clube Safo e o PortugalGay.Pt e a Korpus em 96, a Ilga, o Festival de Cinema e a Opus em 97, o Vidas Alternativas em 99. Cascais refere que existe um acolhimento por parte da esquerda, que culmina com João Soares à fente da CML, mas, a meu ver, há que analisar o discurso de Soares, e não só as práticas de apoio à Ilga e ao Festival de Cinema, para concluir se há ou não um acolhimento ou se há apenas um aproveitamento político e turístico… Até aos nossos dias surgem múltiplas associações, até for a dos grandes centros, diferenciadas internamente, com capacidade de acolhimento de eventos internacionais, reconhecidas pelo associativismo mundial. A articulação com a academia é ainda puca. Mas existe [alguma] interlocução com as instâncias governamentais e político-partidárias. Nesta fase aúrea penso que falta enunciar um aspecto simbólico importante, que é a inscrição em eventos nacionais importantes património da esquerda, como o 25 de Abril e o 1º de Maio, de que teve iniciativa a Opus Gay. Também neste sentido, aproveito desde já para referir que me parece de suma importância a participação no centenário da República em 2008 (adiamentos do casamento para lá dispensam-se, no entanto…).O final do artigo lança um alerta: “(…) o associativismo atinge [hoje] aquilo que tudo indica ser um limite de crescimento, o qual, por sua vez, é contemporâneo (mas não o efeito) do início de uma reacção anti-emancipatória e de um ambiente político e mediático adverso que configuram uma nova situação agónica, não sem certas similitudes com aquela que o precipitou.” (p. 124) Não é essa a minha intuição. Penso que o associativismo vai é que mudar, renovar-se, de estilo e de instituições. E também não vejo um clima adverso – vejo até a possibilidade de uma maior aceitação da nossa agenda via agenda anti-globalização. Contra este decair que identifica Cascais aponta como solução o auto-conhecimento [fundamentalíssimo]: quem somos, património histórico, sócio-histórico, etc. [daí ser fundamental exigir ao Estado um serviço de recolha de dados nacional e profundo, conforme recomenda a UE]; e o conhecimento dos nossos inimigos.

Por fim, e reconhecendo o esforço notório e pioneiro de sistematização de Cascais neste seu artigo, não deixo de sentir algum desconforto por não ver nele reflectidas as preocupações mais especificamente lésbicas, motivadas por outras forças que não a epidemia da sida, muito mais ligadas, via Clube Safo e diversas pequenas publicações, ao desenvolvimento social e cultural do que ao desenvolvimento político. Mas esse retrato, reconheço-o, terão eventualmente de ser as lésbicas a fazê-lo…

Anabela Rocha
(texto também publicado no blogue damm queer)

quarta-feira, 20 de junho de 2007

2007 Igualdade de direitos aqui e agora

2007 é o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Tod@s (AEIOT) que pretende a luta transversal contra as várias discriminações, marcando as especificidades de cada uma.E vale a pena marcá-las: a orientação sexual é a única das categorias enquadradas no Ano Europeu que em Portugal ainda gera discriminação na própria lei.



Do Manifesto a ler na íntegra aqui.

Na blogosfera

Um outro blogue que dura todo o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos, com as actividades da UMAR Açores.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Com orgulho, marchar, marchar



Porquê orgulho? * ORGULHO por oposição a vergonha! Precisamos do orgulho, palavra que tanto parece incomodar a homofobia. Orgulho em sermos quem somos, orgulho por experimentarmos a homofobia e por não nos deixarmos submeter a ela, orgulho por oposição à vergonha para a qual a homofobia quer remeter-nos. O orgulho em ser LGBT merece ser celebrado.



Copy paste daqui.

Pergunta e resposta

- As diferenças entre o masculino e o feminino estão cada vez mais diluídas. O que é que hoje pode definir um género e outro?
- Em cada sociedade, em cada momento histórico, em cada cultura existem uma gama de comportamentos possíveis. A que podemos chamar paleta de cores possíveis, de comportamentos gerais. Destes comportamentos atribuem-se determinadas cores ao masculino e outras tantas ao feminino. Foi acontecendo que as mulheres passaram a ser capazes de chamar para si a gama de cores que fazia parte da atribuição ao sexo masculino. Já são muito poucas as cores reclamadas pelas mulheres em relação às quais dizemos «Oh, que estranho».

- Os papéis do feminino passaram a ser quase todos os possíveis.
- Quem ainda não conseguiu ter o mesmo ganho foram os homens. E isto porque os papéis femininos foram tão desvalorizados historicamente... A condenação de dois homens se deitarem um com o outro não era por se deitarem um com o outro. Era deitarem-se como se fosse com uma mulher!

- A génese é essa?
- A Bíblia diz isto: «Nunca te deitarás com um homem como com uma mulher». Platão, na Grécia Antiga, dizia também isto: «Não te comportarás como uma mulher».

- Não era tanto a ideia de desvirtuar o que seria uma ordem da natureza, na qual os diferentes se encaixam, mas a desvalorização que estava implícita no comportamento?
- Está escrito assim. Claro que a interpretação depende de quem leia. Este sentido de desvalorização está aqui presente. Sempre foi mais complicada, porque sujeita a uma desvalorização maior, a possibilidade de um homem ir buscar uma cor da paleta atribuída às mulheres do que o contrário. E quando isto acontece, é visto negativamente. Está sujeito ao riso, à chacota.


As perguntas são de Anabela Mota Ribeiro e as respostas de Gabriela Moita. A entrevista foi publicada na Revista Elle, em 2005.

domingo, 17 de junho de 2007

Ainda o Sociedade Civil



Sugestões de leitura deixadas pelo João Pereira da Estrutura de Missão para o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos: nº 76 da Revista Crítica de Ciências Socias, organizado pela Ana Cristina Santos, Estudos queer: Identidades, contextos e acção colectiva, e Indisciplinar a teoria. Estudos gays, lésbicos e queer (organização e apresentação de António Fernando Cascais, Lisboa, Fenda Edições).

O programa visto pelos espectadores no blogue do Sociedade Civil e neste blogue.

sábado, 16 de junho de 2007

Albufeira, 7 de Junho

Violência homofóbica, no Algarve, há poucos dias.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

terça-feira, 12 de junho de 2007

Parada sobe a parada


Foto: Marlene Bergamo/ Folha Imagem

Três milhões de pessoas desfilaram no domingo, dia 10, em São Paulo, naquela que foi até hoje a maior Parada de Orgulho LGBT. Uma parada que também é uma associação; uma pequena reportagem da Sic Notícias, devidamente corrigida num post do Renas e Veados; violência antes e depois, num triste desfecho que prova que três milhões não chegam para acabar com a discriminação.



Foto: Eduardo Knapp/ Folha Imagem

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Ano Europeu no pequeno ecrã


Hoje o Sociedade Civil vai abordar, em directo, o tema "Discriminação por Orientação Sexual", das 14h30 às 15h00, na RTP2.

São convidados Vítor Nogueira, vice-presidente da Assembleia-Geral da Amnistia Internacional; João Pereira, da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (ex-CIDM) e técnico da Estrutura de Missão do Ano Europeu para a Igualdade e Oportunidade de Todos; Nuno Nodin, psicólogo.

O programa, além do debate, passa as seguintes reportagens:

a) Ano Europeu para a Igualdade – direitos fundamentais para a igualdade no género e orientação sexual – Direito à Igualdade;

b) A discriminação e desigualdade. Onde há mais casos? Desporto? Tropa?; Dados da Unidade de Missão para o Ano Europeu para a Igualdade

c) O cinema e a discriminação por orientação sexual;

d) Homossexualidade no meio rural – Estudo e caso pessoal de pessoa discriminada num meio rural pequeno.

Os comentários deixados no blogue do Sociedade Civil podem vir a ser transmitidos durante a emissão.

domingo, 10 de junho de 2007

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.


Camões, no dia que lhe coube, no ano de 2007

Retratar as mulheres no Ocidente

A fechar o fim-de-semana prolongado:

quinta-feira, 7 de junho de 2007

80 deslocados entre os cerca de 400 corvinos

2007 na mais pequena do arquipélago dos Açores, visto a partir de lá.

. . . DA ILHA DO CORVO
Conferência sobre o Ano Europeu para a Igualdade de Oportunidades


Nesta primeira semana de Junho tenho o renovado prazer de voltar à vossa companhia, meus queridos e estimados leitores. Espero que o fim-de-semana tenha corrido da melhor maneira para cada um de vós: bem aproveitado para o salutar descanso e para o convívio familiar e com os Amigos.


Aqui no Corvo a vida vai correndo ao ritmo calmo e sereno do nosso viver!!! Na escola, os alunos inquietos, anseiam o fim das aulas e o início das férias de verão, enquanto os professores já fazem planos para a época estival – mas o certo é que as aulas se prolongam até ao dia 29 de Junho e, até lá, ainda há muito que estudar e aprender.


Depois das grandes festas em honra do Divino Espírito Santo, que decorreram no passado fim-de-semana, havia que lavar as loiças e os tachos das Sopas, arrumar o ginásio da Escola e sobretudo descansar e recuperar energias. Mas apesar de todo o cansaço, era visível a satisfação, e o sentido de dever cumprido, nos rostos dos membros da Irmandade – “em mais um ano fizemos as Festas do Espírito Santo: correu tudo bem e para o ano há mais!!!”.
A semana que passou, ficou marcada pela celebração do Dia Mundial da Criança este ano assombrada pelo polémico e triste desaparecimento da menina Madeleine McCann – todavia a oportunidade foi aproveitada para reflectir sobre os direitos e a dignidade das crianças, ao mesmo tempo que as autarquias e demais instituições organizavam festas e brincadeiras para celebrar os mais pequenos.


E na Ilha do Corvo não passamos à margem das celebrações – numa iniciativa digna de registo a Câmara Municipal uniu-se em parceria à empresa Castanheira e Soares para organizar uma festa aberta às 52 crianças corvinas.


O centro de convívio da Santa Casa encheu-se de gente nova: houve balões, muita alegria e animação; uns improvisados toques de bola e, claro, um saboroso lanche. Era notória a alegria das crianças em festa – em cada um dos seus sorrisos está a esperança da Humanidade e o reflexo límpido da santidade de Deus.


Mas esta 6ª feira, primeiro dia do mês de Junho, também ficou marcada no Corvo pela realização da conferência alusiva ao tema: 2007 – Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para todos: uma iniciativa da União Europeia com a qual se pretende reflectir e trabalhar sobre a inclusão de todos os habitantes no projecto europeu, independente das suas opções pessoais, da sua origem étnica e religiosa e da situação de saúde em que se encontram.


A iniciativa partiu do euro deputado Dr. Paulo Casaca que trouxe ao Corvo a Presidente da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, Dr.ª Elza Pais. A ilustre palestrante colocou em evidência algumas situações concretas que a sociedade pode não respeitar a liberdade de cada pessoa e a sua inclusão nos projectos comunitários – as diferenças de sexo, raça, etnia e religião devem ser alguns dos factores para a inserção social.
Esta conferência, inserida numa reunião da Assembleia Municipal, serviu para despertar nos responsáveis das instituições da Ilha e na população em geral o interesse pela inclusão social.
Não podemos esquecer que no momento presente o Corvo serve de “pátria” a uma população flutuante composta por 80 pessoas, visto que estão a residir na mais pequena Ilha dos Açores pessoas oriundas de várias zonas do continente, do Brasil, da Guiné-bissau, de Cabo Verde, de São Tomé e Príncipe, Ucrânia, Bielorrússia, Croácia, entre outros países…
Importa que estejamos atentos às suas necessidades e direitos fundamentais, para que todos estes Irmãos e Irmãs se sintam bem na Ilha que os acolhe e possam concretizar junto de nós os seus projectos de vida e de felicidade.
E por hoje fico por aqui!!! Na próxima semana volto para vos dar conta das novidades do Corvo, sobretudo aquelas que se prendem com a Festa do Corpo de Deus que celebrada nesta 5º feira . . .



Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

Publicado no jornal online A União

terça-feira, 5 de junho de 2007

Cidadania electrónica em teste

É possível viver dez dias sem sair de casa, ligado ao mundo pela Internet, encomendando tudo o que é vital e qualquer coisa mais para além disso? O que aparenta ser fácil e evidente pode tornar-se complicado para quem até no ciberespaço encontra barreiras. Um invisual vai testar a acessibilidade dos sites a que precisa de aceder para sobreviver apenas do consumo online. É o projecto integra21, começou hoje e termina a 15 de Junho. O projecto é promovido por uma empresa de tecnologias de informação, em parceria com Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO ) e a Associação de Comércio Electrónico em Portugal (ACEP), e conta com o apoio de software específico para invisuais. Oito anos depois da experiência canal21 - em que duas pessoas tentaram viver durante um mês do que compravam nos sites a que acediam de um veleiro ancorado na Marina da Expo, em Lisboa, vamos finalmente poder perceber se a internet é mesmo acessível a todos.


Mais linques: algumas notícias na imprensa portuguesa, e uma reportagem da BBC sobre a acessibilidade na internet.

Onde se lia CIDM...

...passa a ler-se agora CIG. Foi publicado em Diário da República a 1 de Junho o Decreto-Lei 164/2007 que, no quadro do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado, criou a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. Além de integrar a recém-extinta CIDM (Comissão para a Igualdade e Direitos das Mulheres), a nova estrutura junta debaixo do mesmo tecto a Estrutura de Missão contra a Violência Doméstica e passa a "assumir também um papel de promoção da educação para a cidadania" (é a letra da lei) e encarrega-se das atribuições da Comissão para a Igualdade no Trabalho e Emprego.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Em exibição na blogosfera (2)...

...um vídeo polémico, publicado e discutido no blogue de Daniel Oliveira. Assinado pela Acção Animal, é contra a tourada, fala de tradição e sofrimento - de mulheres e animais.

Em exibição na blogosfera (1)...

... um debate sobre a homofobia, a esquerda e a direita, motivado um cartaz da JS,






e que pode ser seguido a partir deste post do Tiago Barbosa Ribeiro (via Os tempos que correm).

domingo, 3 de junho de 2007

Literatura: amar no mesmo género

Nos jornais deste fim-de-semana, histórias de amor entre homens em duas críticas literárias. Eduardo Pitta escreve sobre o último livro de E. Annie Proulx, a autora de Brokeback Mountain - num texto impresso no suplemento Ípsilon do Público de sexta-feira. José Mário Silva escreve sobre Cidade Proibida, de Eduardo Pitta, na edição de domingo do Diário de Notícias.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Quantas são todas as crianças?



«Todas as crianças têm o direito de desenvolver todo o seu potencial – todas as crianças, em todas as circunstâncias, em qualquer momento, em qualquer parte do mundo.»


Um dos pilares da Convenção dos Direitos da Criança (ratificada por Portugal em 1990) é a não discriminação. Os Estados Unidos da América e a Somália ainda não ratificaram a Convenção.


Linques: unicef, o Dia Mundial da Criança explicado aos mais pequenos, a ilustração do post, pelos direitos das crianças portuguesas.

Sociedade Civil, take 2

No dia 02 de Julho (segunda-feira), em directo no Sociedade Civil, vai abordar o tema “Igualdade de Oportunidades”.

Sabia que a maior parte dos europeus acredita que a etnia, religião, deficiência ou idade podem ser um obstáculo para encontrar emprego, mesmo com iguais qualificações? É para colmatar este tipo de entraves a uma sociedade mais justa que está a decorrer o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos, que envolve vários parceiros do SC.


São convidados de Fernanda Freitas são Elza Pais, coordenadora nacional da Estrutura de Missão para o Ano Europeu de Igualdade de Oportunidades para Todos; Bagão Félix, economista e representante da Ass. Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE); Sara Tavares, cantora (a confirmar).

Além do debate - em que todos podem participar através do blog do Sociedade Civil - o programa emite um conjunto de reportagens. Serão seis casos (depoimentos) de integração positiva em 6 áreas típicas de discriminação (com cerca de 2’):


a) Religião com um membro da comunidade Baha’i;

b) Etnia com Olga Mariano (etnia cigana);

c) Idade com Maria Teresa Vasconcelos (83 anos);

d) Orientação Sexual com Valter Filipe;

e) Deficiência com Leila Marques (médica no Hospital de Santa Maria);

f) Género com um membro Ass. de Mulheres Empresárias.