sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Algumas mulheres do cinema

Publicado na blogosfera

Por Tiago Cavaco, evangélico, no seu blogue sobre «religião e panque-roque», no ar desde 2002:

A igualdade é contra Deus e contra a inteligência

Se Jesus se preocupasse assim tanto com a justiça social não teria permitido a sensatez de Maria ao preferir ouvi-lo em detrimento de ajudar a sua irmã Marta a arrumar a casa.

(Impossível de lincar directamente, transcrevemos o post)

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

A Chegada de um Campeão ou Simplesmente vergonhoso

Tem uma semana este texto que copiámos descaradamente da BLOGotinha e republicamos aqui. Infelizmente, não é numa semana que se faz um mundo diferente.

"É verdade que hoje há futebol. Não é menos verdade que o Mourinho saíu do Chelsea. Mas... Também é verdade que hoje chegou ao aeroporto de Lisboa, vindo de Taipé (China), um simpático jovem que, "apenas", conquistou a medalha de ouro nos 1500 metros, a de prata nos 5000 m e fez o 4.º lugar nos 800m num Campeonato do Mundo de Atletismo.

Claro que falo de um atleta dos tais... pois... dos "coitadinhos". Os tais que, talvez pelos seus êxitos já serem rotineiros, ninguém do Estado Português vai receber ao aeroporto quando chegam, nenhuma televisão cobre a sua prestação desportiva ou é tema de conversa nos cafés. Desta vez, na chegada de José Monteiro (que viajou apenas acompanhado do seu técnico Rui Costa) os dedos de uma mão chegaram (literalmente) para contar as pessoas presentes.

Por serem tão poucos, é fácil identificá-los:

- João Correia - atleta de cadeiras de rodas, com vasto currículo, nosso habitual colaborador (1)
- Os seus Pais (2 e 3)
- Marta Restolho (4)
- O signatário (5) [*]

Mas, a Bandeira Portuguesa esteve presente na sala de desembarque e palmas soaram quando José Monteiro chegou. Enfim, continuo a sonhar com o dia em que tal como aos atletas "ditos normais" do Triatlo, Futebol e outras modalidades, também a estes a recepcção seja condigna. Eles merecem! Talvez em 2008, quando no regresso dos Jogos Paralímpicos de Pequim as medalhas "pesarem" mais. Até lá, mesmo contra ventos e marés, continuarão os elementos da AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras (pelo menos nós) a estarem presentes.

Parabéns ao atleta que conseguiu 2 mínimos para Pequim 2008 realizando os seguintes tempos no Campeonato do Mundo da IWAS (Federação Internacional de Desporto para a Deficiência Motora)."


[*]Carlos Viana Rodrigues

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Um lugar no índice



Será um caso de discriminação positiva pela idade e orientação sexual quando o marketing faz da especificidade um alvo igual a outros? A revista Time Out chega hoje às bancas: um cardápio das ofertas culturais na cidade de Lisboa, com menu especial para miúdos e gays.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A máquina de lavar ainda é da mãe


Apenas um em cada mil homens portugueses trata da roupa em casa. É um dos dados divulgado no estudo "O Lugar dos Homens na Família em Portugal", coordenado pela socióloga Karin Wall do Instituto de Ciências Sociais, e hoje apresentado no seminário ‘Family Life From The Male Perspective: New Roles, New Identities’. O Público
e o DN dão conta de alguns números (disponíveis apenas na versão em papel).








A ilustração da "máquina de lavar da mãe" é do livro Anita Dona de Casa, o primeiro da colecção da Verbo. Editado pela primeira vez em 1965, já não faz parte do catálogo da editora.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Documentar uma tentativa de casamento


No blogue oficial do Queer Lisboa 11, publica-se uma entrevista com Leonor Areal, autora do documentário Fora da Lei sobre a luta de Teresa e Helena, que tentam casar em Portugal. (A foto foi tirada do blogue.)

Conferência de Alto Nível Sobre Imigração Legal na UE

Os vídeos estão disponíveis aqui para quem quiser assistir em frente ao ecrã.

sábado, 15 de setembro de 2007

Chinatown em debate

Foto dos arquivos daqui

Na blogosfera, as reacções à ideia de Maria José Nogueira Pinto acerca das lojas chinesas na baixa de Lisboa (referida na última edição do Expresso e explicada num artigo publicado ontem no Diário de Notícias:

- Eduardo Pitta, Da Literatura: Quando Maria José Nogueira Pinto diz ser necessário perceber «a tempo, as chamadas diferenças úteis», de forma a «coexistir harmoniosamente» na cidade, está exactamente a querer dizer o quê? É que falar de «realidades específicas» a propósito do «reordenamento espacial» da imigração chinesa, tem como corolário uma doutrina pouco abonatória.

- Pedro Sales, no Zero de conduta: Expulsar os chineses não tem nada a ver com a defesa dos pequenos comerciantes, é antes o mais puro reflexo do preconceito social de quem não suporta ver a baixa da cidade contaminada com produtos típicos da “loja dos 300” e que só os pobres é que parecem ter "gosto" em comprar.

- Nuno Dias da Silva, A Civilização do Espectáculo: A responsável pelo Plano de Reabilitação da Baixa-Chiado, a convite de António Costa, acaba por, indirectamente, seguir as intenções de Alberto João Jardim que há um par de anos disse, com todas as letras, que não queria chineses com negócios de comércio no Funchal.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Um rótulo mais preciso

João Ferreira, da direcção do festival explica à Agência Lusa que o novo nome do certame (Queer é a novidade) é "mais abrangente" e "mais fiel em relação àquilo que é a programação do festival". Notícias aqui e aqui.

Hoje, sala 1, 21h30 | Queer Lisboa no S. Jorge


A Casa de Alice de Chico Teixeira
(Brasil, 2007, 90’)

A vida é feita de pequenos nadas. E A Casa de Alice mostra como deles, sem recorrer a temperos exóticos, sem malabarismos de nouvelle cuisine, se constrói um retrato vivencial cativante e que, mesmo firme numa vontade de mostrar o que pode ser real, não procura ser bandeira de qualquer discurso sociológico. Apenas um retrato. Apenas uma casa. A de Alice. Um apartamento como tantos outros em São Paulo. Um casal, Alice e Lindomar, ela manicure num pequeno salão de periferia, ele taxista incapaz de grandes receitas. Três filhos. E uma avó, muitas vezes silenciosa, mas sempre atenta, na verdade a mais sólida estrutura de uma casa que mantém limpa, arrumada, comida na mesa a horas certas. O pequeno apartamento é cenário protagonista de pequenas histórias do dia-a-dia, umas rotineiras e inconsequentes, outras reveladoras de quem ali vive. (Nota de Nuno Galopim, no site oficial)

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

CHINATOWN por Maria José Nogueira Pinto, na edição de hoje do Diário de Notícias

Nos tempos do escudo, apareceram as "lojas dos trezentos". Vendiam de quase tudo ao preço de trezentos escudos. Foram o sucedâneo de feiras como a de Carcavelos ou do Relógio, das barracas da Praça de Espanha e de uma certa economia paralela, "os ciganos", como então se dizia, carinhosamente aliás, que saíam furtivamente dos vãos das portas com um "Ó menina!", acenando com T-shirts da Dolce Gabana e malas Vuitton.

Foram estas realidades comerciais atípicas que permitiram a muitos portugueses esticar o seu magro orçamento familiar, contornando a evidente perda do seu poder de compra, permitindo-lhes adquirir bens necessários e - o que não é de somenos - o gosto de comprar por comprar, fosse um bibelot inútil, um naperon bordado, um bouquet de flores artificiais ou um brinquedo. Sem ironia, pode dizer-se que cumpriram uma importante função social.

As lojas chinesas chegaram depois, como um upgrading, uma manifestação prática da globalização enxertada no nosso quotidiano. Disseminadas por toda a cidade, com uma enorme variedade de produtos, preços imbatíveis e horários alargados, tornaram-se a resposta para a crise económica que atinge, agora, outros estratos sociais. Mas mesmo para quem ainda não foi atingido por ela, o recurso à loja chinesa é um acto de racionalidade orçamental. Se eu preciso de um abre-latas ou de uma frigideira, de uma moldura ou de um guarda-chuva, de uns óculos ou de um saco de compras, vou à loja do chinês. Porquê? Porque é muito mais barato, está ali mesmo à mão, disponível quando me convém e garante um atendimento sorridente e enigmático. Outros poderão optar por roupa à moda, jeans e stilletos dourados. Uma mãe de família, no regresso às aulas da sua prole, pode abastecer-se de lápis, canetas, réguas e cadernos. E donde, diabo, virá tudo isto, é caso para perguntar...

Questão diferente, mas indissociável, é o efeito devastador que estas lojas, disseminadas por bairros, áreas residenciais e zonas históricas, têm no comércio tradicional. Qualquer liberal me dirá que o mercado vai resolver esta questão: quem for competitivo, vive, quem não for, morre.

Eu sei que nem todo o comércio tradicional se esforçou para responder aos desafios com que, inexoravelmente, se tinha de confrontar: a abertura das grandes superfícies, dos centros comerciais, das cadeias internacionais, dos franchisings. Tão-pouco assimilou um novo conceito de serviço ao cliente, não modificou horários, não melhorou o atendimento.

Na sua lógica pura, um defensor acérrimo do mercado apostará na progressiva substituição de todo este comércio por simpáticas e prestáveis lojas chinesas. Mas será essa situação desejável? Claro que não. E será justo em termos de concorrência? Decerto que não. E há algum mercado que dispense um regulador? Não creio.

A favor deste comércio ameaçado, são muitos os argumentos que se podem aduzir: a morte lenta de certas zonas, a falta de segurança, o descuido do espaço público; o importantíssimo papel deste comércio na coesão social, na sustentabilidade e na identidade de tantos bairros lisboetas; a obrigação de gerir a ocupação e a distribuição do espaço de modo a garantir uma oferta diversificada e equilibrada e, por fim, uma equidade nas condições em que estas actividades se desenvolvem. Se o mercado é indiferente a estes aspectos, a entidade reguladora não pode sê-lo.

Uma cidade como um todo harmonioso, onde se possa coexistir harmoniosamente, requer que se percebam, a tempo, as chamadas diferenças úteis. O que pode levar à opção por territórios próprios face a realidades específicas que, deste modo, melhor se potenciam. Foi esta a opção, relativamente à imigração chinesa de forte vocação para o comércio, em várias cidades do mundo, cidades dignas desse nome, todas com a sua chinatown.

No caso de Lisboa as vantagens eram múltiplas e mútuas: um centro de atracção, um reordenamento espacial do comércio dando lugar a todos, um tratamento diferente para o que é diferente, a criação de verdadeiras condições de concorrência.

Confundir isto com segregação, ou é má-fé, ou é pura ignorância. E, a propósito, alguém já perguntou aos comerciantes chineses o que pensam de uma chinatown?

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Estereótipos

Recebido pelos portugueses


Novamente Dalai Lama em Portugal e as mesmas questões diplomáticas em torno da visita: ligação ao texto publicado no Diário de Notícias.

domingo, 9 de setembro de 2007

Lousã aposta na acessibilidade


Não é novidade, mas é importante. A Lousã é o primeiro concelho do país com um Provedor Municipal das Pessoas com Incapacidade. O que pode e deve fazer está aqui explicado. Para acompanhar o trabalho da provedoria, não deixem de ler o blogue.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Contagem decrescente



Faltam uma semana para começar o 11º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa. Para organizar a agenda, a Portugalgay oferece a papinha toda feita, disponibilizando um programa de consulta facilitada, organizando os filmos por dia, por país de origem, por ano de produção, por salas, por categorias, com ou sem sinopses. Para não faltar informação nenhuma, ficam também os links do site oficial e um blogue.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

O direito a não discriminação em revista

A Dinheiros & Direitos de Setembro publica um artigo que analisa a protecção legal contra a discriminação de pessoas com deficiência no nosso país. O texto refere-se às mais recentes medidas legislativas - de há um ano para cá, foi publicada uma lei contra a discriminação de pessoas com deficiência, uma lei sobre as condições de acessibilidade que os espaços e edifícios devem satisfazer e uma que pune quem vedar o acesso a pessoas com deficiência acompanhadas do "cão de assistência" a transportes e estabelecimentos públicos. Aquela publicação sistematiza também os benefícios disponíveis para as pessoas com deficiência : equipamento gratuito, crédito de casa bonificado, estacionamento fácil, isenção de imposto sobre veículos, subsídio para arrendamento de casas, isenções e deduções fiscais.

sábado, 1 de setembro de 2007

Dalai Lama em Portugal

Na sua segunda visita a Lisboa, Dalai Lama profere uma conferência pública sobre “O Poder do Bom Coração”, antecididos de três dias de ensinamentos sobre o tema “O Desenvolvimento da Paz Interior”. Uma série de eventos culturais associados a esta visita começam já amanhã, dia 2. Todo o programa no site oficial deste acontecimento.