segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

2007 chega ao fim


... mas fica online um site que nos leva a visitar uma cidade diferente.

domingo, 30 de dezembro de 2007

2007 chega ao fim

É claro que este Ano Europeu para a igualdade de oportunidades não será o fim da história da igualdade de oportunidades para todos. Com certeza que não. Há sempre mais qualquer coisa a fazer. A luta pela igualdade de oportunidades é um trabalho sem fim. Mas de uma coisa ninguém duvide. É que, depois deste Ano da Igualdade de Oportunidades para Todos, ficámos melhor. Progredimos e avançámos com esta ideia. Porque o balanço é muito positivo, considerando a amplitude e o sucesso das iniciativas em toda a União. E é muito positivo porque em torno deste programa de promoção da igualdade de oportunidades se juntaram os governos dos Estados Membros, organizações e instituições nacionais e internacionais e também vontades singulares. E todos eles puseram de pé um vasto movimento solidário e empenhado em dar a conhecer aos cidadãos europeus e aos residentes na União não só as políticas activas de promoção da igualdade de oportunidades, mas também a própria consciência subjectiva dos direitos de que todos são portadores.

O que diz o Primeiro-Ministro português, José Sócrates, em parte do balanço do Ano, disponível na totalidade aqui.

sábado, 29 de dezembro de 2007

2007 chega ao fim

... e a Comissão Europeia quer avaliar o sucesso da campanha informativa da UE “Pela diversidade. Contra a discriminação." Quem quiser colaborar, pode preencher o inquérito online aqui.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Jornalista premiada - "Pela diversidade, contra a discriminação"



A jornalista portuguesa Céu Neves foi a vencedora do Prémio de Jornalismo “Pela diversidade, contra a discriminação”, atribuído pela Comissão Europeia ao trabalho jornalístico realizado nos 27 estados-membros da União Europeia que mais contribua “para uma melhor compreensão por parte do público dos benefícios da diversidade e da luta contra a discriminação na sociedade”.

(...) Segundo Céu Neves, o que mais a chocou na experiência que levou a cabo foi “a falta de respeito pelo ser humano”, pelo que espera que o impacto do seu trabalho não se fique pelo prémio e possa conduzir à aplicação de medidas mais eficazes de combate no terreno à exploração laboral, algo que compete parcialmente à própria Comissão Europeia, entidade promotora do prémio de jornalismo atribuído à jornalista portuguesa.

O texto foi retirado do sítio do Sindicato de Jornalistas. A lista completa dos premiados pode ser consultada aqui.

sábado, 8 de dezembro de 2007

A questão da "origem"

Sobre alegadas descobertas e supostos consensos científicos em torno da "origem genética" da homossexualidade, citados na edição desta semana da revista Focus, Miguel Vale de Almeida contrapôs:

«A origem da homossexualidade é tão insondável quanto a da heterossexualidade (dada a complexidade dos mecanismos bio-psico-sociais) e, em última instância, irrelevante (...). A definição de categorias como homo e heterossexualidade é a forma como, e desde há uns 100 anos apenas, organizamos socialmente o desejo; fornece uma linguagem que permite definir os termos de uma emancipação dos discriminados nas circunstâncias actuais - mas nada nos diz que seremos sempre ou hetero ou homossexuais ou que estas categorias tenham relevo daqui a 100 ou 200 anos. Daí, também, a esterilidade científica da busca das causas.
Quer para os cientistas (sociais, psi, ou naturais), quer para os activistas, a questão relevante deveria ser a questão da liberdade, a questão da igualdade e a questão dos direitos no quadro do mundo tal como ele se nos apresenta agora (nomeadamente, um mundo que opera com as categorias homo, hetero e bi, com pessoas concretas que se identificam e auto-definem em termos dessas categorias).»

[O post completo pode ser lido aqui]

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

domingo, 2 de dezembro de 2007

A etnia sempre colada ao nome



Apesar do jogador não se mostrar muito incomodado com a obsessão dos media, vale a pena perguntar: porquê sublinhar esta e não outras etnias?

Maisfutebol: Alguma vez na sua carreira sentiu algum tipo de descriminação por ser cigano?
Quaresma: Senti na escola, quando era miúdo, mas quando comecei a crescer não. Sempre me trataram bem e tenho colegas que chamam «cigano ou ciganito», mas é no sentido carinhoso. Se uma pessoa que não me conhece me chamar cigano se calhar respondo logo. Nunca me chamaram cigano com desprezo.

Excerto de entrevista ao site Mais Futebol, conversa integral aqui.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Literatura parainvisuais e quem mais quiser ouvi-la



Foram inventados nos Estados Unidos nos anos 30 para possibilitar o contacto aos invisuais o contacto com a literatura. Hoje, os audiolivros fazem parte do quotidiano de milhares de ouvintes em todo o mundo. A primeira colecção homogénea editada em Portugal chegou agora ao mercado. Chama-se "Livros para Ouvir" e põe à disposição do público seis contos de grandes autores (o resto da notícia, no site do Expresso). A foto é da Time Out que também publica um artigo sobre o assunto.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Orgulho, preconceito e cerveja

Uma queixa apresentada no ICAP (Instituto Civil da Autodisciplina da Publicidade) e uma contra-campanha da associação Panteras Rosa - duas reacções que o grupo Sumol não desejava quando criou a campanha "Orgulho Hetero", logo no Ano Internacional da Igualdade de Oportunidades para Todos.

Linques:
Um texto informativo sobre o assunto, que ouve várias partes.
O site oficial da campanha polémica, agora reformulada.
A contra-campanha das Panteras Rosas, e todo a sequência de acontecimentos desde a semana passada.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Dizer não




Pelo menos uma em cada três mulheres por todo o mundo é vítima de violência pelo menos uma vez durante a vida - e normalmente isto acontece pela acção de alguém que conhece. A violência contra mulheres e raparigas é um problema universal, com a proporção de uma pandemia. É talvez a mais penetrante violação dos direitos humanos conhecida actualmente. Devasta vidas, dilacera comunidades, compromete o desenvolvimento. As Nações Unidas e a Embaixadora da Boa Vontade da UNIFEM, Nicole Kidman, convidam-nos a dizer Não à Violência contra as Mulheres, a partir de hoje, assinando a petição e fazendo correr a mensagem, aqui explicada tim por tim.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Discriminação em 2007


Das páginas centrais do Diário de Notícias (16 de Novembro) sobre os vários tipos de discriminação em causa durante este Ano Europeu, só está disponível online o texto sobre a discriminação de que é alvo a etnia cigana em Portugal.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

“Celebrando 2007!”

Encerramento do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos

Lisboa, 18 a 20 de Novembro de 2007 - Centro Cultural de Belém

Lançado em Berlim sob a égide da Presidência Alemã da União Europeia, o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades Para Todos comemora agora o seu fim em Portugal. Nos próximos dias 19 e 20 de Novembro, o Centro Cultural de Belém receberá cerca de mil participantes numa Conferência de Encerramento onde estarão representados os 30 países envolvidos no Ano Europeu. A festa, porém, inicia-se no Domingo, dia 18, com uma exposição móvel na zona circundante ao Centro Cultural de Belém, num dia marcado por diversas actividades e espectáculos.

Na Conferência de Encerramento estarão presentes autoridades da área da Igualdade e Não-Discriminação, Parceiros Sociais e Organizações Não Governamentais dos vários países, bem como uma delegação ao nível da União Europeia constituída por ONGs, Parceiros Sociais e Representantes das Instituições da UE.

A abertura do evento será presidida por S. Exa. o Sr. Primeiro-Ministro e contará com as presenças dos ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, do Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, José Vieira da Silva, do Comissário Vladimir Spidla e do Vice-Presidente do Parlamento Europeu, Rodi Kratsa-Tsagaropoulou.

O camião que nos últimos 4 anos percorreu 72000 quilómetros, parando em 78 cidades de todos os 27 países membros da UE para promover a Anti-Discriminação, a Igualdade e a Diversidade, bem como o Camião da Exposição Móvel Portuguesa “Igualdade na Diversidade estarão juntamente no Domingo, dia 18, no parque em frente ao Centro Cultural de Belém.

Estes dois veículos serão o palco de diversas acções, nomeadamente a cerimónia de homenagem aos vencedores do concurso de fotografia “Breaking Stereotypes”.

A cerimónia de abertura será às 11 horas com um espectáculo do Chapitô e o encerramento às 16.20 horas pela banda de Hip Hop Checa “Gipsy.cz”.

De referir que a Carris colocará ao dispor do público em geral carreiras de autocarros para o percurso gratuito entre o Rossio e Belém.

No dia 19, Segunda-feira, o camião do Ano Europeu vai receber centenas de crianças que assistirão à actuação de artistas do Chapitô e terão oportunidade de visitar a exposição patente nos camiões.

Também durante a manhã de dia 19, uma pequena comitiva formada pelos ministros da Presidência, Pedro Silva Pereira, do Trabalho e da Solidariedade Social, José Vieira da Silva, pelo Comissário Vladimir Spidla, pelo Vice-Presidente do Parlamento Europeu, Rodi Kratsa-Tsagaropoulou, pela Coordenadora Nacional para a Estrutura de Missão do AEIOT, Elza Pais e pelo Presidente da EUFED – Federação Europeia das Associações das Pousadas da Juventude, Peter Kaiser, vão percorrer a exposição móvel.

Será ainda feita uma homenagem aos condutores do Camião da Europeu da Diversidade pela sua contribuição para o fomento da Igualdade e Diversidade.

Durante a Conferência de Encerramento decorrerão diversos Workshops temáticos serão presididos por eurodeputados.

O encerramento da Conferência, no dia 20, às 12.30 horas terá a presença do Director Geral de Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade de Oportunidades da Comissão Europeia, Nikolaus van der Pas, da Secretária de Estado Adjunta para a Reabilitação de Portugal, Idália Moniz, e pelo Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Jorge Lacão.

Será lida uma Mensagem do Alto Representante do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações, Jorge Sampaio.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Amanhã há festa


Com o grande dj e blogger, irmão lúcia.

Reportagem TSF, hoje às 19h00

É sobre o casamento de Xana e Bruno, que nasceu homem num corpo de mulher, e dezassete operações depois concretizou o sonho da sua vida. Para ouvir no aparelho tradicional ou aqui.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Lugar reservado


Uma medida polémica num Shopping em S. João da Madeira: quatro lugares de estacionamento reservados exclusivamente a mulheres. Para não haver dúvidas, os espaços em causa são pintados de cor-de-rosa e são mais largos (alegadamente para as senhoras que carregam muitos sacos de compras abrirem melhor as portas). Notícias aqui e aqui.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Violência não faz o meu género

Cartoons de todo o mundo para ver na Assembleia da República (edifício novo) até dia 30 de Novembro, ou no site do Público.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Restrições à imigração em França (e no resto da Europa)


O parlamento francês aprovou hoje uma lei que prevê que os candidatos ao reagrupamento familiar terão de se sujeitar a testes de ADN, à semelhança do que se faz noutros 12 países europeus. Aqui, um vídeo sobre a notícia, com referência às reacções de repúdio que tem causado.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Etnicidade e Racismo na Universidade do Minho...

... é tema de um seminário internacional que decorre a 24 e 25 de Outubro de 2007, no Centro de Investigação em Ciências Sociais (CICS), Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, Campus de Gualtar. Mais informações aqui.

Igualdade em cartoons



Os trabalhos do concurso estão em exposto no átrio da Estação do Rossio desde hoje até 21 de Novembro, todos os dias úteis das 12.00h às 20.00h e aos fins de semana das 10.00h às 20.00h. A entrada é livre.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Góis

Congresso “Igualdade de Oportunidades: um Privilégio ou um Direito?”

A ADIBER - Associação de Desenvolvimento Integrado da Beira Serra - organiza nos dias 25 e 26 de Outubro de 2007, um congresso com os objectivos de sensibilizar a população para os benefícios de uma sociedade mais justa e solidária; promover a diversidade e a igualdade, sensibilizando os agentes locais e a população para o trabalho a realizar fomentando a inclusão das populações; combater novas formas de discriminação e ultrapassar os factores de exclusão social que vão subsistindo nos nossos territórios; criar momentos de reflexão sobre a temática da igualdade.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Uma imagem da imigração na Europa


Dormir em cubas de vinho
Uma imigrante bulgara, com dois filhos pequenos, posa para a foto em frente ao tonel de vinho, em cimento, que lhe serve de casa em Socuellamos, Castilla-La Mancha, no centro de Espanha. Cerca de 40 pessoas têm ali emprego sazonal,na apanha da uva, pelo menos durante seis semanas. Quando a noite chega, abrigam-se, com a família, dentro destas cubas de vinho, em cimento, do tamanho de carros. Foto: Andrea Comas/REUTERS

no site do Público
10-10-2007 - 13:05

A voz aos jovens

domingo, 7 de outubro de 2007

O casamento entre homem e mulher segundo Monsenhor Luciano Guerra

Havia vidas desgraçadas quando não existiam divórcios...
Havia e hoje também há. E agora até há mais. No tempo em que não havia divórcios, havia situações bastante dolorosas, mas a pessoa resignava-se. A mulher dizia: calhou-me este homem, não tenho outra possibilidade, vou fazer o que posso. Ao passo que hoje as pessoas querem safar-se de uma situação e caem noutras piores.

Na sua opinião, uma mulher que é agredida pelo marido deve manter o casamento ou divorciar-se?
Depende do grau de agressão.

0 que é isso do grau de agressão?
Há o indivíduo que bate na mulher todas as semanas e há o indivíduo que dá um soco na mulher de três em três anos.

Então reformulo a questão: agressões pontuais justificam um divórcio?
Eu, pelo menos, se estivesse na parte da mulher que tives­se um marido que a amava verdadeiramente no resto do tempo, achava que não. Evidentemente que era um abuso, mas não era um abuso de gravidade suficiente para deixar um homem que a amava.


Excerto da entrevista a Monsenhor Luciano Guerra publicada na NS de ontem publicada no blogue womenage à trois.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

5 de Outubro



A república faz 97 anos. Além desta acima, nenhuma mulher a representou em Portugal (ainda).


Lista dos Presidentes da República Portuguesa, retirada daqui.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Cunhar 2007

Uma estampa, uma moeda e um carimbo do Ano Europeu de Igualdade de Oportunidades para Todos resultam de uma iniciativa conjunta da Estrutura de Missão para o AEIOT, dos CTT e da Imprensa Nacional Casa da Moeda. O lançamento é amanhã, pelas 17h00, no Centro Cultural de Belém. Estará presente (e fará uma intervenção) o Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros - Dr. Jorge Lacão.

O evento foi cancelado. Daremos conta do novo agendamento.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Algumas mulheres do cinema

Publicado na blogosfera

Por Tiago Cavaco, evangélico, no seu blogue sobre «religião e panque-roque», no ar desde 2002:

A igualdade é contra Deus e contra a inteligência

Se Jesus se preocupasse assim tanto com a justiça social não teria permitido a sensatez de Maria ao preferir ouvi-lo em detrimento de ajudar a sua irmã Marta a arrumar a casa.

(Impossível de lincar directamente, transcrevemos o post)

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

A Chegada de um Campeão ou Simplesmente vergonhoso

Tem uma semana este texto que copiámos descaradamente da BLOGotinha e republicamos aqui. Infelizmente, não é numa semana que se faz um mundo diferente.

"É verdade que hoje há futebol. Não é menos verdade que o Mourinho saíu do Chelsea. Mas... Também é verdade que hoje chegou ao aeroporto de Lisboa, vindo de Taipé (China), um simpático jovem que, "apenas", conquistou a medalha de ouro nos 1500 metros, a de prata nos 5000 m e fez o 4.º lugar nos 800m num Campeonato do Mundo de Atletismo.

Claro que falo de um atleta dos tais... pois... dos "coitadinhos". Os tais que, talvez pelos seus êxitos já serem rotineiros, ninguém do Estado Português vai receber ao aeroporto quando chegam, nenhuma televisão cobre a sua prestação desportiva ou é tema de conversa nos cafés. Desta vez, na chegada de José Monteiro (que viajou apenas acompanhado do seu técnico Rui Costa) os dedos de uma mão chegaram (literalmente) para contar as pessoas presentes.

Por serem tão poucos, é fácil identificá-los:

- João Correia - atleta de cadeiras de rodas, com vasto currículo, nosso habitual colaborador (1)
- Os seus Pais (2 e 3)
- Marta Restolho (4)
- O signatário (5) [*]

Mas, a Bandeira Portuguesa esteve presente na sala de desembarque e palmas soaram quando José Monteiro chegou. Enfim, continuo a sonhar com o dia em que tal como aos atletas "ditos normais" do Triatlo, Futebol e outras modalidades, também a estes a recepcção seja condigna. Eles merecem! Talvez em 2008, quando no regresso dos Jogos Paralímpicos de Pequim as medalhas "pesarem" mais. Até lá, mesmo contra ventos e marés, continuarão os elementos da AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras (pelo menos nós) a estarem presentes.

Parabéns ao atleta que conseguiu 2 mínimos para Pequim 2008 realizando os seguintes tempos no Campeonato do Mundo da IWAS (Federação Internacional de Desporto para a Deficiência Motora)."


[*]Carlos Viana Rodrigues

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Um lugar no índice



Será um caso de discriminação positiva pela idade e orientação sexual quando o marketing faz da especificidade um alvo igual a outros? A revista Time Out chega hoje às bancas: um cardápio das ofertas culturais na cidade de Lisboa, com menu especial para miúdos e gays.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A máquina de lavar ainda é da mãe


Apenas um em cada mil homens portugueses trata da roupa em casa. É um dos dados divulgado no estudo "O Lugar dos Homens na Família em Portugal", coordenado pela socióloga Karin Wall do Instituto de Ciências Sociais, e hoje apresentado no seminário ‘Family Life From The Male Perspective: New Roles, New Identities’. O Público
e o DN dão conta de alguns números (disponíveis apenas na versão em papel).








A ilustração da "máquina de lavar da mãe" é do livro Anita Dona de Casa, o primeiro da colecção da Verbo. Editado pela primeira vez em 1965, já não faz parte do catálogo da editora.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Documentar uma tentativa de casamento


No blogue oficial do Queer Lisboa 11, publica-se uma entrevista com Leonor Areal, autora do documentário Fora da Lei sobre a luta de Teresa e Helena, que tentam casar em Portugal. (A foto foi tirada do blogue.)

Conferência de Alto Nível Sobre Imigração Legal na UE

Os vídeos estão disponíveis aqui para quem quiser assistir em frente ao ecrã.

sábado, 15 de setembro de 2007

Chinatown em debate

Foto dos arquivos daqui

Na blogosfera, as reacções à ideia de Maria José Nogueira Pinto acerca das lojas chinesas na baixa de Lisboa (referida na última edição do Expresso e explicada num artigo publicado ontem no Diário de Notícias:

- Eduardo Pitta, Da Literatura: Quando Maria José Nogueira Pinto diz ser necessário perceber «a tempo, as chamadas diferenças úteis», de forma a «coexistir harmoniosamente» na cidade, está exactamente a querer dizer o quê? É que falar de «realidades específicas» a propósito do «reordenamento espacial» da imigração chinesa, tem como corolário uma doutrina pouco abonatória.

- Pedro Sales, no Zero de conduta: Expulsar os chineses não tem nada a ver com a defesa dos pequenos comerciantes, é antes o mais puro reflexo do preconceito social de quem não suporta ver a baixa da cidade contaminada com produtos típicos da “loja dos 300” e que só os pobres é que parecem ter "gosto" em comprar.

- Nuno Dias da Silva, A Civilização do Espectáculo: A responsável pelo Plano de Reabilitação da Baixa-Chiado, a convite de António Costa, acaba por, indirectamente, seguir as intenções de Alberto João Jardim que há um par de anos disse, com todas as letras, que não queria chineses com negócios de comércio no Funchal.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Um rótulo mais preciso

João Ferreira, da direcção do festival explica à Agência Lusa que o novo nome do certame (Queer é a novidade) é "mais abrangente" e "mais fiel em relação àquilo que é a programação do festival". Notícias aqui e aqui.

Hoje, sala 1, 21h30 | Queer Lisboa no S. Jorge


A Casa de Alice de Chico Teixeira
(Brasil, 2007, 90’)

A vida é feita de pequenos nadas. E A Casa de Alice mostra como deles, sem recorrer a temperos exóticos, sem malabarismos de nouvelle cuisine, se constrói um retrato vivencial cativante e que, mesmo firme numa vontade de mostrar o que pode ser real, não procura ser bandeira de qualquer discurso sociológico. Apenas um retrato. Apenas uma casa. A de Alice. Um apartamento como tantos outros em São Paulo. Um casal, Alice e Lindomar, ela manicure num pequeno salão de periferia, ele taxista incapaz de grandes receitas. Três filhos. E uma avó, muitas vezes silenciosa, mas sempre atenta, na verdade a mais sólida estrutura de uma casa que mantém limpa, arrumada, comida na mesa a horas certas. O pequeno apartamento é cenário protagonista de pequenas histórias do dia-a-dia, umas rotineiras e inconsequentes, outras reveladoras de quem ali vive. (Nota de Nuno Galopim, no site oficial)

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

CHINATOWN por Maria José Nogueira Pinto, na edição de hoje do Diário de Notícias

Nos tempos do escudo, apareceram as "lojas dos trezentos". Vendiam de quase tudo ao preço de trezentos escudos. Foram o sucedâneo de feiras como a de Carcavelos ou do Relógio, das barracas da Praça de Espanha e de uma certa economia paralela, "os ciganos", como então se dizia, carinhosamente aliás, que saíam furtivamente dos vãos das portas com um "Ó menina!", acenando com T-shirts da Dolce Gabana e malas Vuitton.

Foram estas realidades comerciais atípicas que permitiram a muitos portugueses esticar o seu magro orçamento familiar, contornando a evidente perda do seu poder de compra, permitindo-lhes adquirir bens necessários e - o que não é de somenos - o gosto de comprar por comprar, fosse um bibelot inútil, um naperon bordado, um bouquet de flores artificiais ou um brinquedo. Sem ironia, pode dizer-se que cumpriram uma importante função social.

As lojas chinesas chegaram depois, como um upgrading, uma manifestação prática da globalização enxertada no nosso quotidiano. Disseminadas por toda a cidade, com uma enorme variedade de produtos, preços imbatíveis e horários alargados, tornaram-se a resposta para a crise económica que atinge, agora, outros estratos sociais. Mas mesmo para quem ainda não foi atingido por ela, o recurso à loja chinesa é um acto de racionalidade orçamental. Se eu preciso de um abre-latas ou de uma frigideira, de uma moldura ou de um guarda-chuva, de uns óculos ou de um saco de compras, vou à loja do chinês. Porquê? Porque é muito mais barato, está ali mesmo à mão, disponível quando me convém e garante um atendimento sorridente e enigmático. Outros poderão optar por roupa à moda, jeans e stilletos dourados. Uma mãe de família, no regresso às aulas da sua prole, pode abastecer-se de lápis, canetas, réguas e cadernos. E donde, diabo, virá tudo isto, é caso para perguntar...

Questão diferente, mas indissociável, é o efeito devastador que estas lojas, disseminadas por bairros, áreas residenciais e zonas históricas, têm no comércio tradicional. Qualquer liberal me dirá que o mercado vai resolver esta questão: quem for competitivo, vive, quem não for, morre.

Eu sei que nem todo o comércio tradicional se esforçou para responder aos desafios com que, inexoravelmente, se tinha de confrontar: a abertura das grandes superfícies, dos centros comerciais, das cadeias internacionais, dos franchisings. Tão-pouco assimilou um novo conceito de serviço ao cliente, não modificou horários, não melhorou o atendimento.

Na sua lógica pura, um defensor acérrimo do mercado apostará na progressiva substituição de todo este comércio por simpáticas e prestáveis lojas chinesas. Mas será essa situação desejável? Claro que não. E será justo em termos de concorrência? Decerto que não. E há algum mercado que dispense um regulador? Não creio.

A favor deste comércio ameaçado, são muitos os argumentos que se podem aduzir: a morte lenta de certas zonas, a falta de segurança, o descuido do espaço público; o importantíssimo papel deste comércio na coesão social, na sustentabilidade e na identidade de tantos bairros lisboetas; a obrigação de gerir a ocupação e a distribuição do espaço de modo a garantir uma oferta diversificada e equilibrada e, por fim, uma equidade nas condições em que estas actividades se desenvolvem. Se o mercado é indiferente a estes aspectos, a entidade reguladora não pode sê-lo.

Uma cidade como um todo harmonioso, onde se possa coexistir harmoniosamente, requer que se percebam, a tempo, as chamadas diferenças úteis. O que pode levar à opção por territórios próprios face a realidades específicas que, deste modo, melhor se potenciam. Foi esta a opção, relativamente à imigração chinesa de forte vocação para o comércio, em várias cidades do mundo, cidades dignas desse nome, todas com a sua chinatown.

No caso de Lisboa as vantagens eram múltiplas e mútuas: um centro de atracção, um reordenamento espacial do comércio dando lugar a todos, um tratamento diferente para o que é diferente, a criação de verdadeiras condições de concorrência.

Confundir isto com segregação, ou é má-fé, ou é pura ignorância. E, a propósito, alguém já perguntou aos comerciantes chineses o que pensam de uma chinatown?

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Estereótipos

Recebido pelos portugueses


Novamente Dalai Lama em Portugal e as mesmas questões diplomáticas em torno da visita: ligação ao texto publicado no Diário de Notícias.

domingo, 9 de setembro de 2007

Lousã aposta na acessibilidade


Não é novidade, mas é importante. A Lousã é o primeiro concelho do país com um Provedor Municipal das Pessoas com Incapacidade. O que pode e deve fazer está aqui explicado. Para acompanhar o trabalho da provedoria, não deixem de ler o blogue.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Contagem decrescente



Faltam uma semana para começar o 11º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa. Para organizar a agenda, a Portugalgay oferece a papinha toda feita, disponibilizando um programa de consulta facilitada, organizando os filmos por dia, por país de origem, por ano de produção, por salas, por categorias, com ou sem sinopses. Para não faltar informação nenhuma, ficam também os links do site oficial e um blogue.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

O direito a não discriminação em revista

A Dinheiros & Direitos de Setembro publica um artigo que analisa a protecção legal contra a discriminação de pessoas com deficiência no nosso país. O texto refere-se às mais recentes medidas legislativas - de há um ano para cá, foi publicada uma lei contra a discriminação de pessoas com deficiência, uma lei sobre as condições de acessibilidade que os espaços e edifícios devem satisfazer e uma que pune quem vedar o acesso a pessoas com deficiência acompanhadas do "cão de assistência" a transportes e estabelecimentos públicos. Aquela publicação sistematiza também os benefícios disponíveis para as pessoas com deficiência : equipamento gratuito, crédito de casa bonificado, estacionamento fácil, isenção de imposto sobre veículos, subsídio para arrendamento de casas, isenções e deduções fiscais.

sábado, 1 de setembro de 2007

Dalai Lama em Portugal

Na sua segunda visita a Lisboa, Dalai Lama profere uma conferência pública sobre “O Poder do Bom Coração”, antecididos de três dias de ensinamentos sobre o tema “O Desenvolvimento da Paz Interior”. Uma série de eventos culturais associados a esta visita começam já amanhã, dia 2. Todo o programa no site oficial deste acontecimento.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

«Um grito rebelde e de sede de justiça»

José Lima, o paraplégico que concluiu hoje a travessia de Portugal, de Viana do Castelo a Faro, numa cadeira de rodas adaptada, sente que o seu sacrifício valeu a pena.

sábado, 18 de agosto de 2007

Ainda é difícil sair do armário


Uma reportagem no DN de hoje, assinada por Maria João Caetano, dá conta das dificuldades sentidas pelo grupo que mais é discriminado em Portugal: as pessoas que têm uma orientação sexual diferente da maioria heteressexual.

domingo, 12 de agosto de 2007

Olhar sem os olhos do preconceito

Uma nova imagem da campanha TODOS DIFERENTES TODOS IGUAIS foi lançada hoje,Dia Internacional da Juventude.

sábado, 11 de agosto de 2007

Volta a Portugal em cadeira de rodas, sem passar pela capital

Notícias da viagem de José Lima pelo país, a meio do percurso.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Blogosfera para TODOS

Poucas palavras fazem um blogue.

Finalista em Cannes


Filme da agência BBDO, finalista no Festival de Publicidade de Cannes.

domingo, 5 de agosto de 2007

Queer Lisboa 11

É para marcar na agenda o 11º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa. Decorre de 14 a 22 de Setembro, no Cinema São Jorge, e conta com 88 filmes programados num total de 60 sessões. Além dos filmes em competição - com prémios para a Melhor Longa-Metragem, o Melhor Documentário, a Melhor Curta-Metragem (Prémio do Público) - há ainda lugar para filmes fora de concurso em Panorama Curtas-Metragens, Sessões Especiais, Panorama de Cinematografia Gay Portuguesa dos Anos 70, Spots Contra a Homofobia, e uma secção chamada Queer Pop (com documentários e três sessões, comentadas, de telediscos).


Até lá, daremos conta aqui no blogue do que mais se for sabendo à cerca da programação.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Mário Soares defende liberdade religiosa

O ex-Presidente da República foi nomeado no mês passado Presidente da Comissão de Liberdade Religiosa - um organismo criado em 2004, ao abrigo da nova Lei da Liberdade Religiosa e tem por objectivo promover o diálogo entre as diversas confissões e verificar eventuais desrespeitos pela legislação.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

700 quilómetros no Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos

De Viana do Castelo a Faro, uma viagem de protesto no ano de 2007. Mais informações aqui.



terça-feira, 31 de julho de 2007

Televisão ao serviço de TODOS

Lei nº 27/2007 de 30 de Julho
Lei da Televisão,
que regula o acesso à actividade de televisão e o seu exercício
Artigo 27º
Limites à liberdade de programação

2 - Os serviços de programas televisivos não podem, através dos elementos de programação que difundam, incitar ao ódio racial, religioso, político ou gerado pela cor, origem étnica ou nacional, pelo sexo ou pela orientação sexual.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Exclusão dentro da exclusão dentro da exclusão

INTRODUÇÃO

Compete-me a mim hoje falar de exclusões dentro das exclusões ou, se quiserem, de aspectos transversais da exclusão social. Infelizmente, se nós próprios somos vítimas, ou objectos, de muitas exclusões, também é verdade e triste que na nossa comunidade também se pratica muita exclusão. Isto acontece, não porque sejamos maus ou piores do que os outros, mas porque vivemos e crescemos num mar e numa cultura de exclusões, que acabamos por assimilar e por assumir inconscientemente, num discurso maioritário que, embora não nos sirva e nos manipule, acabamos por usar contra os outros e, afinal, contra nós próprios. Nesta comunidade de que fazemos parte e que é tão poliédrica e multifacetada com gostos e desgostos para tudo, eu poderia dizer que há homossexuais racistas, mas que são capazes de instrumentalizar essas pessoas que ostracizam para fins exclusivamente sexuais: há homossexuais xenófobos; há homossexuais misóginos e que detestam as mulheres, como aliás muitos homens sexistas; há homossexuais jovens que abominam os seniores ou a 3ª idade; há homossexuais profundamente classistas que só se revêem no seu estatuto social e, enfim, há homossexuais que não toleram a deficiência por medo, por ignorância, por preconceito herdado.

SURDOS

Vou começar por pensar na comunidade surda. Dizem os surdos que são os ouvintes que fazem da surdez um problema. Os surdos são, em geral, uma minoria cultural que tem um património próprio, com uma uma língua própria, a linguagem gestual. Mas a cultura dominante na nossa sociedade é um discurso oral ou escrito, sendo-nos difícil admitir que se possa comunicar de outro modo. É um pouco o que acontece com a sexualidade dominante hetero, que tem muita dificuldade em aceitar outras formas de expressão sexual para além da sua, que pretende impor como exclusiva. Entretanto, aqui denoto uma diferença: enquanto os hetero, em grande parte, excluem os homo ou bi, na comunidade surda, a convivência entre hetero e homo surdos é muito boa e não existe praticamente discriminação. Quem discrimina os gays surdos são em geral os gays ouvintes, que, aqui, e mais uma vez, partilham da convicção maioritária de que a única língua válida é a oral. Assim, para nós, eles são portadores de deficiência, enquanto os surdos se consideram a si próprios simplesmente "pessoas diferentes".

Durante séculos, nós ouvintes, decidimos por eles o que lhes era conveniente e só recentemente se começou a reconhecer a pessoa surda como detentora de um estatuto jurídico, como pessoa diferente. Por isso, os surdos, hoje, reivindicam uma sociedade multi-cultural, tolerante e solidária (tal como a comunidade LGBT), com a efectiva promoção da igualdade de oportunidades entre ouvintes e surdos e, nesse sentido, é necessário respeitar o seu> direito fundamental de comunicar, que se realiza através da lingua gestual.

CEGOS

Passo agora ao exemplo da cegueira. Fui visitar o blogue do Tadeu Bengala. O Tadeu tem 33 anos, é cego de nascença e homossexual. Criou o blogue para "apoiar pessoas que, descobrindo-se homossexuais, se julgam num beco sem saída por serem cegas e gays". O Tadeu diz-nos que a sexualidade das pessoas com deficiência é relegada para segundo plano, porque subsiste a crença de que os deficientes são desprovidos de sexualidade ou então que ela não tem importância neles. Os gays cegos sofrem um duplo preconceito: sofrem por parte dos homo por serem deficientes, logo sem sexualidade, e até da própria comunidade de deficientes que, sendo hetero, não entende que possam ser gays. O Tadeu Bengala, no seu blogue, pretendendo uma abrangência que nem sempre encontramos no nosso grupo, diz-nos: " Desejo que os que me visitarem, gays ou não, cegos ou não, mas que de alguma forma se sentem atingidos por algum tipo de preconceito, sintam que não estão sós e não passem pelo mesmo sofrimento silencioso de 8 anos por que eu passei. Hoje sou feliz e não tenho vergonha de mim mesmo!" Ele dá-nos alguns conselhos para aprendermos a viver e deixarmos de nos sentir desconfortáveis diante do diferente:

- não devemos fazer de conta que a deficiência não existe porque isso é ignorar uma importante característica do indivíduo em questão;

- devemos aceitar a deficiência mas não a subestimar nem sobrestimar;

- devemos aceitar que as pessoas deficientes têm o direito, podem e querem tomar as suas próprias decisões e assumir as suas responsabilidades;

- a pessoa com deficiência não se importa de responder a perguntas sobre a sua deficiência, mas devemos dirigir-nos a ela e não aos seus acompanhantes ou intérpretes;

- devemos oferecer ajuda de forma adequada mas não nos ofender se for recusada;

- se não soubermos fazer alguma coisa que um deficiente peça, devemos sentir-nos livres para recusar;

- no convívio social ou profissional, não devemos excluir as pessoas cegas dessas actividades, mas deixá-las decidir dessa participação;

- podemos usar os termos "veja" e "olhe" porque não se ofendem;

DEFICIÊNCIA MOTORA

Passemos agora às pessoas com deficiência motora. Pessoas que usam bengalas, muletas, cadeiras de rodas... Estas são quase uma extensão do seu próprio corpo. Por isso, deve-se ter cuidado na manipulação destes objectos. Chamo a atenção para os casos de homens e mulheres homossexuais que são paraplégicos. Muitos são-no por causa de um acidente que os pôs nesse estado, mas antes já eram gays ou lésbicas e vão continuar a sê-lo pela vida fora. Para muitos, torna-se extraordinariamente difícil encontrar um(a) parceiro(a) ou uma relação estável, mas eu conheço casos em que isto acontece. Muitos socorrem-se da Internet para abrirem novas janelas para a sua vida, tal como muitos de nós estabelecemos relacionamentos válidos pela net. A dificuldade está, muitas vezes, em ser aceite pelo interlocutor quando sabe com quem está a falar. O Tadeu contou-me que cortaram imediatamente uma relação com ele quando souberam que era cego. Também me referiu que, numa sauna, não o deixaram entrar, embora viesse acompanhado de um guia gay. Devo acrescentar que 15% dos sites públicos e muitos locais públicos não cumprem os requisitos mínimos de acessibilidades, embora no sector privado haja mais sensibilidade para esta questão, por razões que se compreendem.

CONCLUSÃO

Vemos que há aqui um imenso território a desbravar e uma necessidade de> desenvolver uma cultura pela diversidade, tolerante, solidária e multi-cultural, que sirva a todos e todas, e uma educação para a cidadania, também na nossa comunidade.

António Serzedelo (intervenção no debate sobre Orientação Sexual na Festa da Diversidade)

terça-feira, 24 de julho de 2007

Enid Blyton e os teletubbies



"(...) Recentemente, a personagem da Zé surgiu-me como tema de reflexão a propósito das elucubrações da direita cristã fundamentalista polaca (repescando uma obsessão dos primos americanos) sobre uma das personagens da série infantil Teletubbies, o Tinky Winky, que, por ser lilás e «usar uma malinha», poderia estar a «promover a homossexualidade».

Há qualquer coisa de comovente na crença inabalável que todos os sistemas totalitários demonstram no poder das criações artitísticas para conformar as mentes e até, parece, as sexualidades. Venho pois por este meio apelar às autoridades polacas (e todos os que como elas pensam) para, após acabarem de discutir se proíbem ou não os Teletubbies, dirigirem o sumariamente esclarecido olhar para a mui subversiva Enid Blyton e a sua mais tenebrosa criação, a Zé.

Ao fim de cinquenta anos de sossego, os Cinco já merecem uma nova aventura. E a boa da Enid, a quem já chamaram «sexista», «racista» e «classista», uma segunda via como papisa do lobby gay."

Fernanda Câncio, in "A nova aventura dos Cinco", na edição de 22 de Julho da Notícias Magazine.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Manifesto pela Igualdade

«Combater as atitudes e comportamentos discriminatórios, que conduzam a práticas de xenofobia, homofobia, transfobia, promovendo acções de sensibilização e esclarecimento, tendo presente o quadro de iniciativas respeitante ao Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos, que decorre em 2007. »

Do Manifesto pela Igualdade de Oportunidades para Todos e Todas, apresentado anteontem da sede da CGTP-IN, e também subscrito pela CNOD - Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes, Associação Portuguesa de Deficientes, Clube Safo -Associação de Defesa dos Direitos das Lésbicas, Inovinter, Instituto Bento de Jesus Caraça, Juventude Operária Católica, MDM-Movimento Democrático de Mulheres, Não Te Prives -Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais, OPUS GAY, Panteras Rosa - Frente de Combate à Lesbigaytransfobia, Solidariedade Imigrante-Associação par a Defesa dos Direitos dos Imigrantes, SOS Racismo e UMAR-União de Mulheres Alternativa e Resposta. Mais informações aqui, documento na íntegra aqui.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Mais outra parada



Copy-paste da notícia do Sol:

A primeira parada gay no «Second Life»* brasileiro foi promovida pela organização GLS Brasil, e foi um sucesso, ao reunir mais de 36 usuários em simultâneo. O palco da festa foi a ilha Gomorra, um dos territórios brasileiros do mundo virtual.

* O Second Life é um mundo virtual em três dimensões, contruído por aqueles que o frequentam sob identidades alternativas (avatares).

Um semestre online

Nos próximos meses, seguiremos de perto o site da Presidência Portuguesa da União Europeia.

Género na Presidência Portuguesa

As três prioridades no programa da Presidência Portuguesa da União Europeia para a Igualdade de Género:

1. Desenvolver o chamado "mainstream de género", isto é, a valorização das questões de género nas diferentes políticas sectoriais.

2. Promover a empregabilidade e o empreendorismo de género, para uma efectiva igualdade de oportunidades no mercado de trabalho.

3. Aprofundar as condições de conciliação da vida profissional com a vida pessoal e familiar.

Do discurso do Ministro da Presidência do Conselho de Ministros na Comissão dos Direitos da Mulher e Igualdade dos Géneros no Parlamento Europeu, ontem, em Bruxelas. O texto completo pode ser lido aqui.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Vamos celebrar a Diversidade...

... e a Igualdade de Oportunidades, a partir de amanhã e durante todo o fim de semana, no Terreiro do Paço. O programa completo pode ser visto aqui.

terça-feira, 10 de julho de 2007

65,9 % de mulheres no Ensino Superior

A taxa de feminização das matrículas no ensino superior, segundo os ramos de ensino, foi a seguinte, em 2003/04:

Ramos de ensino Taxa de Feminização (%)





  • Educação 86,3


  • Artes e Humanidades 66,5


  • Ciências Sociais, Comércio e Direito 64,9


  • Ciências, Matemática e Informática 55,3


  • Engenharia, Indústrias Transformadoras e Construção 33,4


  • Agricultura 61,1


  • Saúde e Protecção Social 79,8


  • Serviços 57,6

    Total 65,9

Fonte:

domingo, 8 de julho de 2007

AEIOT nos Açores, outra vez...

Em mais uma Assembleia Municipal Extraordinária para a Diversidade e Igualdade de Oportunidades, apresentou-se o AEIOT, debateu-se sobre as discriminações e tomou-se, por unanimidade, a seguinte posição:
MOÇÃO

Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos

O Parlamento Europeu e o Conselho Europeu decidiram instituir o ano 2007 como o ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos.

Um projecto de cidadania e de estratégia política para concretizar com sucesso progressivo uma sociedade europeia mais justa.

O objectivo civilizacional pretendido pela União Europeia não dispensa o comprometimento, aliás essencial, dos próprios cidadãos, bem como das instituições nacionais, regionais e locais.

Sensibilizar todos e cada um para o direito à igualdade e para o dever de combater as discriminações injustas são, pois, um meio e um objectivo cultural essencial.

Despertar a consciência individual e colectiva para a problemática das discriminações múltiplas que ainda subsistem na vida real dos cidadãos europeus de cada localidade é assim o desafio a enfrentar, com o espírito de vitória, para ganhar o futuro da igualdade de oportunidades para todos.

Importa, neste contexto, fomentar a reflexão e o debate sobre as diversas formas de aumentar a inclusão das vítimas de discriminação, de fomentar o equilíbrio de participação entre homens e mulheres, de facilitar a diversidade e a igualdade.

Os Deputados Municipais do Concelho da Povoação, sensíveis aos objectivos civilizacionais sinalizados, e comungando dos mesmos, associam-se activamente à celebração do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos e concretizam, no dia 7 de Julho de 2007, em Assembleia Municipal extraordinária, a sua arrancada para a promoção do debate municipal sobre a Igualdade e a Diversidade.

Assim, tendo em conta o exposto nos considerandos supra, a Assembleia Municipal da Povoação, nos termos legais e regimentais aplicáveis, delibera aprovar a seguinte Moção:

1 – O Município da Povoação assinala no Concelho o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades e assume o firme compromisso de promover, através de iniciativas dos seus órgãos municipais e no âmbito das suas respectivas atribuições e competências, acções e diligências que conduzam à sensibilização de todos e de cada um dos munícipes no sentido da progressiva e efectiva concretização do princípio da igualdade de oportunidades e de não discriminação em todas as suas incidências.

2 – A Assembleia Municipal manifesta inequívoco apoio ao projecto do Centro de Informação, Promoção e Acompanhamento de Políticas de Igualdade inseridas no projecto “Nas Asas da Igualdade” da UMAR Açores, colaborando o município na actividade “As Piratas da Igualdade”, dirigida especialmente para o público infanto-juvenil do Concelho, a realizar-se na praia da freguesia da Ribeira Quente, no próximo dia 19 de Julho de 2007.

3 – A Assembleia Municipal recomenda o reforço da sensibilidade da Autarquia para a promoção e desenvolvimento de políticas urbanísticas de correcção do construído, no sentido de minimizar as barreiras arquitectónicas existentes, que dificultam o acesso físico de pessoas portadoras de deficiência motora.

Povoação, Paços do Concelho, 7 de Julho de 2007.
O Presidente
José Manuel Bolieiro

sábado, 7 de julho de 2007

A maravilha das maravilhas é...

...a Diversidade, sobretudo traduzida numa efectiva igualdade de oportunidades para todas as pessoas, independentemente do seu sexo, etnia ou raça, deficiência, religião ou crença, idade e orientação sexual.

Todos os nomes contam

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Sabia que...

.... os imigrantes e as minorias étnicas que vivem em áreas urbanas menos favorecidas muitas vezes são duplamente confrontados com o risco de serem socialmente excluídos – devido ao local onde vivem ou à sua etnia.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Números: mulheres e participação política


Imagem: daqui

Participação de mulheres e homens no Parlamento (eleições de Fevereiro de 2005):

O Governo conta presentemente com 54 membros, 6 dos quais são mulheres: 2 Ministras – Educação e Cultura; e 4 Secretárias de Estado – Modernização Administrativa; Transportes; Reabilitação; e Saúde.

Nas eleições autárquicas de 2005, só 19 mulheres foram eleitas como Presidentes de Câmara, num total de 308 municípios (6.2%).


Fonte:

terça-feira, 3 de julho de 2007

Quanto ganha uma mulher em Portugal?

Em 2004, o salário médio feminino representava 80% do masculino.


Fonte:

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Sabia que...

...10% da população da U.E. tem uma deficiência.

domingo, 1 de julho de 2007

Sociedade Civil, take 2




No dia 02 de Julho (segunda-feira), em directo na RTP 2, pelas 14h30, o Sociedade Civil vai abordar o tema “Igualdade de Oportunidades”

Sabia que a maior parte dos europeus acredita que a etnia, religião, deficiência ou idade podem ser um obstáculo para encontrar emprego, mesmo com iguais qualificações? É para colmatar este tipo de entraves a uma sociedade mais justa que está a decorrer o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos, que envolve vários parceiros do SC.

Para debater, são convidados: Elza Pais, coordenadora nacional da Estrutura de Missão para o Ano Europeu de Igualdade de Oportunidades para Todos; Bagão Félix, economista e representante da Ass. Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE); e Sara Tavares, cantora (a confirmar).

Além do debate - aberto à participação de todos e todas, através do blogue do programa - serão ainda emitidas seis reportagens. Serão seis casos (depoimentos) de integração positiva em 6 áreas típicas de discriminação:


a) Religião com um membro da comunidade Baha’i;

b) Etnia com Olga Mariano (etnia cigana);

c) Idade com Maria Teresa Vasconcelos (83 anos);

d) Orientação Sexual com Valter Filipe;

e) Deficiência com Leila Marques (médica no Hosp Sta Maria);

f) Género com um membro Ass. de Mulheres Empresárias.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Jogar pela integração e inclusão

Decorreram no Estádio 1º de Maio os II Jogos de Integração e Inclusão da Cidade de Lisboa, numa organização da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e Santarém, do IPUEL, FPDD (Federação Portuguesa do Desporto para os Deficientes), ANDDEM (Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Mental), ACCL (Associação das Colectividades de Lisboa) e Associações de Integração de Imigrantes de Países fora da Comunidade Europeia.

Esta segunda edição reuniu cerca de 1000 atletas representantes de várias associações ligadas à deficiência que actuaram em ambiente de grande festa garantido por grupos de dança, música e por uma entusiasmada audiência de centenas de pessoas.

No pavilhão do Estádio 1º de Maio, três modalidades dividiram o campo em três partes: praticou-se Ténis de Mesa, Boccia, Basquete, e no intervalo destas actividades simultâneas, a Escola de Reabilitação do Alcoitão, presenteou os espectadores com uma inspiradora sessão de Terapia pela Dança para deficientes motores. No exterior do pavilhão, a pintura também esteve presente, levada a cabo pela Obra Social do Pousal. Futebol 5 para crianças teve lugar no relvado principal.


O post foi retirado daqui, onde também picámos o vídeo que captou impressões imediatas.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Manifesto 2007 - IGUALDADE DE DIREITOS AQUI E AGORA

2007 é o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Tod@s (AEIOT) que pretende a luta transversal contra as várias discriminações, marcando as especificidades de cada uma.E vale a pena marcá-las: a orientação sexual é a única das categorias enquadradas no Ano Europeu que em Portugal ainda gera discriminação na própria lei.

Manifesto a ler na íntegra aqui.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Medir a acessibilidade na web

Terminado o prazo da experiência de aqui falámos, já possível conhecer as conclusões - os sites analisados parecem ter passado o exame.

Relatório Vector21 sobre Acessibilidade Web em Portugal

Já é possível efectuar o download gratuito do
Relatório Vector21 sobre Acessibilidade Web em Portugal.

Tendo por base a iniciativa Integra21 - As Acessibilidades Web em Portugal Vistas pelas Mãos de um Cego - que decorreu entre 5 e 15 de Junho, foi aplicada a metodologia Índice Potencial Digital Vector21®, tendo sido criado um novo índice, o Índice Vector21 de Acessibilidade®.

Através desta metodologia, que utiliza uma escala de 1 a 7, pretendeu-se medir o nível de acessibilidade dos sítios portugueses, tendo como indicadores de análise os seguintes items: Sites com links, Sites sem excesso de informação, Sites com boa legendagem, Sites com frames que não causam nenhuma perturbação na navegação, Sites com Flash que não causam nenhuma perturbação na navegação, Sites com pop-ups que não causam nenhuma perturbação na navegação, Sites com Conteudos alternativos ao Javascript, Sites com DHTML e Sites com CSS.

Os duzentos sites analisados durante o Integra21, foram segmentados em 4 grandes áreas, Geral, e-Gov, e-Com e Empresas de modo a perceber as diferenças de Acessibilidade destes tipos de sites.

A análise realizada concluiu que estes quatro segmentos obtiveram um nível médio de acessibilidade de 5 na escala do Índice Vector21 de Acessibilidade, que corresponde a um valor ALTO.

Os dados detalhados poderão ser consultados no relatório que se encontra disponível no site Vector21.com.


Notícias daqui.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Colóquio Igualdade de Oportunidades nas Forças Armadas

Acontece amanhã, 27 de Junho, com início às 9h30, no Auditório do Instituto de Defesa Nacional, Calçada das Necessidades, nº 5, Lisboa. A cerimónia de abertura conta com a presença do Ministro da Defesa Nacional, o Secretário de Estado da Presidência de Conselho de Ministros e o Secretário de Estado da Defesa Nacional e Assuntos do Mar.

PROGRAMA

Painel 1 : Igualdade de Oportunidades nas Forças Armadas
Moderado por Anabela Rodrigues, Directora do Centro de Estudos Judiciários.
Igualdade de Oportunidades nas Forças Armadas Portuguesa - Helena Carreiras, ISCTE. Igualdade de Oportunidades nas Forças Armadas num Contexto Europeu - Marina Nuciari, Universidade de Turim.

Painel 2. Testemunho de Mulheres Militares.
Moderado por Luísa Meireles, Jornal Expresso.
1º Tenente Mónica Pereira Martins, Marinha;
1º Sargento Ana Cristina Pombeiro de Jesus, Exército;
Major Maria João Oliveira, Força Aérea;
Tenente-Coronel Anabela Varela, Deputy Chair no Comité de Mulheres da NATO.

Painel 3. Boas Práticas, Exemplos e Constrangimentos
Moderado por Manuela Sarmento, Academia Militar.
Alberto Coelho, Director Geral de Pessoal e Recrutamento Militar;
Capitão de Fragata Pedro Rodela Ribeiro, Marinha;
Major Maio Rui Pinto da Silva, Exército;
Tenente-Coronel Fernando Pereira de Sousa, Força Aérea.

Painel 4. Multiculturalidade e Multireligiosidade
Moderado por Nelson Lourenço, Reitor da Universidade Atlântica
D. Januário Torgal Ferrreira, Bispo das Forças Armadas e Segurança.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

O carteiro...

... entrega neste blogue todas as cartas escritas e remetidas para igualdades2007@gmail.com. Textos, fotografias, vídeos - esperamos contributos de TODOS.

Mães desdobram-se um pouco mais em Portugal

Mulheres trabalham mais após terem filhos

(...) As empresas portuguesas estão ainda longe das orientações da UE, no sentido de flexibilizar a organização do trabalho, de modo a facilitar a conciliação com a maternidade, subestimando as alternativas do teletrabalho, do part-time, ou da semana de quatro dias, com ajustes horários. (...)

Ler notícia na íntegra, na edição de hoje do Diário de Notícias.

Sinopse da 80ª edicação do Vidas Alternativas

A Drª Maria Helena Corrêa, uma republicana de gema, militante desde sempre do feminismo socialista é a nossa vedeta. Como falamos de mulheres e dos seus direitos, passamos para a Liliana e a Vera,ambas da AMCV que falam da conciliação das vidas profissionais e conjugais das mulheres, com as vidas dos homens.

Luís Mateus da República e Laicidade salta para Paris, e leva-nos a Notre Dame para protestar contra uma missa que o Estado Republicano e Laico mandou celebrar com alguma pompa e circunstância mas pouca assistência,em nome do 10 de Junho naquela catedral.

A Turquia e os medos que levanta à Europa seguem em análise, a sua segunda, pelo Miguel Duarte, Presidente do Movimento Liberal Social.

Margarida Ferra é a responsável por um novo blogue:um blogue sobre a Igualdade que cresce à sombra da estrutura do Ano Europeu pela Igualdade de Oportunidades e brilha pela sua abertura e indepêndencia.

Terminamos com algo que faz lembrar Guantanamo ,mas é em Portugal.Infelizmente neste caso é em Monsanto,e é uma nova cadeia ,onde parece que os direitos humanos dos presos não são coisa para se respeitar.Quem no lo diz é António Dores da ACED.

domingo, 24 de junho de 2007

Este blogue tem voz

Na próxima emissão do Vidas Alternativas, de António Serzedelo, mais logo, pelas 20h00, na Rádio Zero, uma conversa de dez minutos sobre o blogue do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos.

A Marcha do Orgulho LGBT foi ontem


Foto: João Pereira

Houve notícias no DN, no Público, no Sol online, no Correio da Manhã, no Diário Digital, no Portugal Diário. Há uma reportagem para ver no Youtube.



Foto: João Pereira

Querem destruir a família

Uma semana depois da publicação em papel, aqui fica o linque para a crónica de estreia da Fernanda Câncio na Notícias Magazine (que se reclama ser a mais lida de Portugal naquele segmento, sem edição online). Fala sobre família e termina assim: "Aberração é haver quem ache que precisa, para ser feliz, de fazer outros sofrer assim".

Conheçamo-nos então...

Na Revista Crítica de Ciências Sociais, António Fernando Cascais explicita em “Diferentes como nós” os vários momentos históricos por que passou o movimento LGBT português. Começa por esclarecer que não existe movimento antes do 25 de Abril, mas que o 25 de Abril por si só não é o suficiente para o seu nascimento. As oposições à ditadura não tiveram agenda (homo)sexual, apenas a “questão da mulher” (numa perspectiva laboral) e a “questão da juventude”. Nesse artigo é identificada a principal ambiguidade desse movimento nascente, a saber, o facto de ter como referencial cultural e político um sector que frequentemente o enjeitou, nomeadamente o sector da esquerda. Por ser uma esquerda que nos anos 60 e 70 passou ao lado das transformações culturais que então ocorriam; ainda por ser uma esquerda que, pós-25 de Abril, se depara com um país de tal forma atrasado que cai na tentação de afunilar o questionamento e a acção política; e por ser uma esquerda que nunca soube integrar, de forma visível e descomplexada, os homossexuais assumidos e/ou as suas associações no seu seio (ao contrário de Espanha onde na oposição anti-franquista existiam já embriões de associativismo gay e onde o movimento homossexual surge associado às movimentações políticas autonómicas da Catalunha, afirma Cascais). No pós-25 de Abril, Cascais divide historicamente a evolução do movimento da seguinte maneira:

“1974-1990 – primeiro período (com um eixo em meados da década de 80)
1990-1991 – período de transição, com características mistas
1991-1994 – segundo período
1995-1997 – período de transição, com características mistas
1997 ao presente – terceiro período”

No primeiro período “A esquerda partidária e sindical, sobretudo comunista, (…) define-se em função do ruralismo tradicional e do industrialismo do séc. XIX e é herdeira directa da cultura neo-realista que, como notou Eduardo Lourenço (1978), veicula uma imagem populista idealizante do povo português que prolonga e chega a reforçar, mas não subverte, o nacionalismo do Estado Novo”. É assim que a “questão homosexual”, como bem refere, é adiada para um futuro sem classes e considerada uma questão divisionista pequeno-burguesa.Mas o que se mantém fundamentalmente, enuncia Cascais, é a suspeita face a uma [qualquer] revindicação identitária no quadro fundacional duma esquerda de matriz iluminista [e que nunca, e ainda não, criticou o seu falso universalismo; exemplo gritante disso é o facto de não termos ainda sequer políticos feministas]. Daí que a resolução da “questão homossexual” fosse vista como uma resolução meramente legal, um caso de reconhecimento de direitos sem qualquer especificidade, enquadrada em secções como a “libertação do quotidiano” e a “transformação da vida”. De notar que é neste âmbito que a medicalização da homossexualidade começa também a ser tratada, no âmbito mais vasto da medicalização do desvio e da anti-psiquiatria, o que constitui o primeiro avanço da cultura científica de esquerda [não resisto aqui a agradecer a uma tal Teresa, minha prof. de Psicologia que, em 1982, no meu 10º ano, me deu a ler a bíblia da anti-psiquiatria, Cooper]. Neste período os homossexuais não têm literalmente voz, são objectos do discurso dos outros, à excepção de Guilherme de Melo, o primeiro a falar em nome dos “homossexuais”. Aponta ainda a breve existência do MHAR (Movimento Homossexual de Acção Revolucionária), em Maio de 1974 [a que pertenceu António Serzedelo], que não sobrevive à resposta pública de Galvão de Melo, logo após. A dificuldade em penetrar na esquerda leva alguns a formar, em 1980, o CHOR (Colectivo de Homossexuais Revolucionários), apoiado na organização cultural Culturona, em cuja sede junta centenas de pessoas no seu lançamento. Não sobrevive à dita mas realiza ainda os Encontros “Ser(homo)sexual”, pelo CNC, em 1982, onde o próprio Cascais apresenta o primeiro texto de reflexão teórica sobre o movimento. A reformulação da esquerda de molde a poder reconhecer a agenda emancipatória homossexual só se inicia com o cruzamento de três factores: a adesão à Comunidade Europeia, o cavaquismo e a epidemia da sida. É no quadro desta esquerda arcaica e presa no séc. XIX que, afirma ainda Cascais, a emancipação homossexual é frequentemente empurrada para uma esquerda revolucionária, uma esquerda de recusa outsider do sistema [de que é ainda sintoma o discurso das ditas “questões fracturantes”]. Disso é sinal o nascimento do GTH (Grupo de Trabalho Homossexual) do PSR (Partido Socialista Revolucionário). Este primeiro período é dividido em dois, em 1982, quando a crise económica e social leva à crise da participação política e associativa e ao fechamento da maior parte dos espaços gay de Lisboa. Já em 1986, com a adesão, surge a expectativa de acesso ao adquirido europeu, nomeadamente cultural e jurídico, que não mais deixará de influenciar a abertura da esquerda à agenda homossexual. A partir de 1987 o cavaquismo força a esquerda a repensar-se.Em 1986 a morte de António Variações é sentida como tragédia colectiva sobre a comunidade gay. É na história da relação do movimento homossexual com o combate à sida que Cascais vem a assumir aspectos que António Serzedelo reclama há muito e que sempre foram escamoteados (escamoteamento esse que continuou a gerar desconfianças inter-associativas durante muitos anos...).

Reconhece Cascais que o movimento associativo homossexual nasce no movimento de luta contra a sida, ganha visibilidade e respeitabilidade pública nele (uma vez que não era forte anteriormente não sofre o backlash que sofeu o movimento americano e beneficia do politicamente correcto tratamento de um qualquer outro paciente de sida, na base, indiferenciada diga-se, dos direitos humanos e da cidadania; para isto contribuiu também o atraso da comunicação social em tratar o tema, o que evitou a fase perigosa dos “grupos de risco”) e, isto é que nunca tinha sido assumido antes, sofre os custos de um certo paternalismo desse movimento contra a sida [e aqui não é esmiuçado um dado importante: como surge esse paternalismo. A Abraço, que se via a si própria como elite médica esclarecida, em reunião com as associações LGBT, pretendia ser ela a liderar a comunidade...]. Aqui, e uma vez que se trata de pensar a influência do movimento de luta contra a sida na formação do movimento LGBT, penso também que seria intelectualmente honesto referir a forma como o apoio económico da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida possibilitou em grande medida, e possibilita ainda, a sobrevivência financeira da associação homossexual mais institucional, a Ilga Portugal. Ao invisibilizar este aspecto Cascais pode deixar de mencionar que é esta ocultação que permite que o discurso emancipatório gay surja desvinculado do discurso de luta contra a sida, mesmo quando as cinco Marchas anuais (ainda em 1997-2002! – veja-se como estava esta comunhão enraízada) em Memória e Solidariedade com as Pessoas Infectadas com o VIH/SIDA são organizadas pela Ilga Portugal (aspecto simbólico fundamental que não refere), quando isso era, à época, um aspecto bem mais problemático dentro do movimento (para aqueles, como a Opus Gay, que defendiam o afastamento do movimento da organização – que não da participação – nestes eventos, e o afastamento da dependência financeira da CNLCS, assim como da CML…).

Cascais acaba até por dizer que a associação com a luta contra a sida traz visibilidade respeitável à comunidade homossexual, quando o que se passou, no meu entender, foi que foi feita uma grande luta em todos esses anos, nomeadamente pela Opus Gay, para que outras agendas homossexuais surgissem mediaticamente e desvinculassem efectivamente o movimento da vaga persecutória ligada à sida que poderia ter sofrido… Cascais prossegue enunciando uma modificação estratégica na agenda gay por efeito da epidemia: da luta pela cidadania sexual centrada na reivindicação de direitos respeitantes à conduta prática e à identidade, para uma centrada nos direitos na relação [também aqui me parece que esta foi uma modificação dominante mas não foi a única; há quem tenha persistido na primeira linha, e ainda hoje privilegie outras lutas que não o casamento…]. Esta estratégia possibilita um discurso de integração, igualdade e indiferença. É por estes caminhos que começa a ouvir-se o construcionismo queer e a afirmação do lgbt para além do gay. Com a terceira fase do movimento, a partir de 95-97, a comunidade torna-se um sujeito histórico dotado de voz própria: o Clube Safo e o PortugalGay.Pt e a Korpus em 96, a Ilga, o Festival de Cinema e a Opus em 97, o Vidas Alternativas em 99. Cascais refere que existe um acolhimento por parte da esquerda, que culmina com João Soares à fente da CML, mas, a meu ver, há que analisar o discurso de Soares, e não só as práticas de apoio à Ilga e ao Festival de Cinema, para concluir se há ou não um acolhimento ou se há apenas um aproveitamento político e turístico… Até aos nossos dias surgem múltiplas associações, até for a dos grandes centros, diferenciadas internamente, com capacidade de acolhimento de eventos internacionais, reconhecidas pelo associativismo mundial. A articulação com a academia é ainda puca. Mas existe [alguma] interlocução com as instâncias governamentais e político-partidárias. Nesta fase aúrea penso que falta enunciar um aspecto simbólico importante, que é a inscrição em eventos nacionais importantes património da esquerda, como o 25 de Abril e o 1º de Maio, de que teve iniciativa a Opus Gay. Também neste sentido, aproveito desde já para referir que me parece de suma importância a participação no centenário da República em 2008 (adiamentos do casamento para lá dispensam-se, no entanto…).O final do artigo lança um alerta: “(…) o associativismo atinge [hoje] aquilo que tudo indica ser um limite de crescimento, o qual, por sua vez, é contemporâneo (mas não o efeito) do início de uma reacção anti-emancipatória e de um ambiente político e mediático adverso que configuram uma nova situação agónica, não sem certas similitudes com aquela que o precipitou.” (p. 124) Não é essa a minha intuição. Penso que o associativismo vai é que mudar, renovar-se, de estilo e de instituições. E também não vejo um clima adverso – vejo até a possibilidade de uma maior aceitação da nossa agenda via agenda anti-globalização. Contra este decair que identifica Cascais aponta como solução o auto-conhecimento [fundamentalíssimo]: quem somos, património histórico, sócio-histórico, etc. [daí ser fundamental exigir ao Estado um serviço de recolha de dados nacional e profundo, conforme recomenda a UE]; e o conhecimento dos nossos inimigos.

Por fim, e reconhecendo o esforço notório e pioneiro de sistematização de Cascais neste seu artigo, não deixo de sentir algum desconforto por não ver nele reflectidas as preocupações mais especificamente lésbicas, motivadas por outras forças que não a epidemia da sida, muito mais ligadas, via Clube Safo e diversas pequenas publicações, ao desenvolvimento social e cultural do que ao desenvolvimento político. Mas esse retrato, reconheço-o, terão eventualmente de ser as lésbicas a fazê-lo…

Anabela Rocha
(texto também publicado no blogue damm queer)

quarta-feira, 20 de junho de 2007

2007 Igualdade de direitos aqui e agora

2007 é o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Tod@s (AEIOT) que pretende a luta transversal contra as várias discriminações, marcando as especificidades de cada uma.E vale a pena marcá-las: a orientação sexual é a única das categorias enquadradas no Ano Europeu que em Portugal ainda gera discriminação na própria lei.



Do Manifesto a ler na íntegra aqui.

Na blogosfera

Um outro blogue que dura todo o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos, com as actividades da UMAR Açores.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Com orgulho, marchar, marchar



Porquê orgulho? * ORGULHO por oposição a vergonha! Precisamos do orgulho, palavra que tanto parece incomodar a homofobia. Orgulho em sermos quem somos, orgulho por experimentarmos a homofobia e por não nos deixarmos submeter a ela, orgulho por oposição à vergonha para a qual a homofobia quer remeter-nos. O orgulho em ser LGBT merece ser celebrado.



Copy paste daqui.

Pergunta e resposta

- As diferenças entre o masculino e o feminino estão cada vez mais diluídas. O que é que hoje pode definir um género e outro?
- Em cada sociedade, em cada momento histórico, em cada cultura existem uma gama de comportamentos possíveis. A que podemos chamar paleta de cores possíveis, de comportamentos gerais. Destes comportamentos atribuem-se determinadas cores ao masculino e outras tantas ao feminino. Foi acontecendo que as mulheres passaram a ser capazes de chamar para si a gama de cores que fazia parte da atribuição ao sexo masculino. Já são muito poucas as cores reclamadas pelas mulheres em relação às quais dizemos «Oh, que estranho».

- Os papéis do feminino passaram a ser quase todos os possíveis.
- Quem ainda não conseguiu ter o mesmo ganho foram os homens. E isto porque os papéis femininos foram tão desvalorizados historicamente... A condenação de dois homens se deitarem um com o outro não era por se deitarem um com o outro. Era deitarem-se como se fosse com uma mulher!

- A génese é essa?
- A Bíblia diz isto: «Nunca te deitarás com um homem como com uma mulher». Platão, na Grécia Antiga, dizia também isto: «Não te comportarás como uma mulher».

- Não era tanto a ideia de desvirtuar o que seria uma ordem da natureza, na qual os diferentes se encaixam, mas a desvalorização que estava implícita no comportamento?
- Está escrito assim. Claro que a interpretação depende de quem leia. Este sentido de desvalorização está aqui presente. Sempre foi mais complicada, porque sujeita a uma desvalorização maior, a possibilidade de um homem ir buscar uma cor da paleta atribuída às mulheres do que o contrário. E quando isto acontece, é visto negativamente. Está sujeito ao riso, à chacota.


As perguntas são de Anabela Mota Ribeiro e as respostas de Gabriela Moita. A entrevista foi publicada na Revista Elle, em 2005.